Na tentativa de frear movimento interno de desembarque do PSDB, o presidente Michel Temer convidou nesta quinta-feira (24) o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para uma reunião reservada e defendeu o aprofundamento das parcerias entre os governos federal e estadual.
A reunião ocorreu após evento para a liberação de recursos para o aeroporto de Ribeirão Preto, no Palácio do Planalto. O governador recebeu a garantia de que a gestão peemedebista retomará os investimentos no Rodoanel, uma das principais bandeiras eleitorais do tucano.
Na segunda-feira (21), preocupou a equipe presidencial reclamação feita pelo tucano sobre o baixo aporte financeiro do governo federal no anel viário. Ele disse que a União "não cumpre nada" e que, se dependesse dela, a obra estaria parada e com pessoas desempregadas.
Desde a apresentação de denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva, a relação entre Temer e Alckmin tem passado por idas e vindas. O tucano chegou a defender a saída do PSDB da Esplanada dos Ministérios, o que desagradou o peemedebista.
Com a denúncia barrada, Temer ficou ressentido com o fato de a bancada do PSDB em São Paulo ter votado quase toda pelo prosseguimento da acusação. Em conversas reservadas, o peemedebista disse que o governador não se esforçou para ajudá-lo.
Em encontro em São Paulo, no entanto, o presidente elogiou a "contribuição extraordinária" do tucano, em mais um tentativa de reaproximação.
Alckmin é defensor da permanência do senador Tasso Jereissati (CE), que tem feito críticas ao governo peemedebista, no comando nacional do PSDB. O entorno do presidente, no entanto, prefere o retorno do senador Aécio Neves (MG) para o posto, mais próximo de Temer.