Internacional

Choro em bueiro revela paradeiro de bebê e de mãe na Argentina

O choro de uma criança de um ano e oito meses de idade ajudou a polícia a localizar o seu paradeiro e o de sua mãe, desaparecidas havia dias na província de Córdoba, no centro do país.A menina, Martina, foi encontrada dentro de um bueiro ao lado do corpo da mãe, Paola Acosta, de 36 anos, segundo os moradores e a polícia local.Elas estavam desaparecidas desde a noite da quarta-feira passada (17) e foram localizadas no último domingo (21) quando moradores ouviram os prantos da criança.O caso causou comoção entre os argentinos e nesta quarta-feira (24) ainda continuava entre os temas mais comentados nas redes sociais.

A tia de Martina, Mariana Acosta, publicou uma foto da mão da criança apertando a dela no hospital onde a menina está recebendo tratamento pelas horas que passou em contato com água e lixo, ao lado do corpo de Paola.De acordo com os médicos que a atenderam, ela sofreu "um quadro violento de hipotermia, além de fraturas e infecção decorrente do contato com água poluída"."Ela está consciente e com fome e devemos esperar para ver como seu quadro evolui.Até o momento está estável", disse a médica do Hospital de Niños de Córdoba, Fernanda Marchetti, onde a menina está internada.

Detetives do caso afirmaram que "o mais provável" é que elas tenham sido levadas para o bueiro "muito depois" da morte de Paola. "A criança não teria resistido tanto tempo naquele lugar e alguém já teria ouvido seu choro", disseram os investigadores à imprensa local.

Suspeito preso
De acordo com a polícia e a imprensa argentina, Paola tinha saído de casa com a criança nos braços para encontrar o ex-namorado, Gonzalo Lizarralde, para receber dele a pensão alimentícia.No dia seguinte, os outros dois filhos de Paola, de 14 e 16 anos, afirmaram à polícia que as duas não tinham voltado para casa.Lizarralde, que é pai de Martina, foi preso a pedido do promotor do caso. O advogado dele, Sebastián Maccari Gaido, disse aos jornalistas que seu cliente é inocente. "Ele entregou o dinheiro a ela e foi embora", disse Maccari Gaido.

Parentes da vítima contaram à imprensa local que Lizarralde teve um namoro rápido com Paola. Exames recentes de DNA comprovaram que Martina era filha dele.No fim de agosto, Lizarralde pagou a primeira parcela da pensão alimentícia e na quarta-feira, quando Paola e a filha sumiram, Lizarralde deveria pagar a segunda parte.

Crimes passionais
O caso gerou manifestações públicas e colocou novamente no foco das atenções os crimes passionais na Argentina, principalmente em Córdoba. De acordo com organizações dedicadas ao assunto, Paola foi a 10ª vítima fatal de violência de gênero na província.A presidente da ONG Casa del Encuentro, Ada Rico, que auxilia vítimas deste tipo de violência, disse à BBC Brasil que 1.256 mulheres foram vítimas fatais de violência de gênero entre 2008 e 2013.

"O caso de Paola não foi o pior que já vimos, mas, sem dúvida, o que nos causou a todos uma forte comoção pela crueldade. Crueldade de como ela foi deixada (morta) e de sua filhinha deixada durante horas em um bueiro. Foi crueldade demais", afirmou Rica.

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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