Os becos, a luz amarelada dos postes e a atmosfera noturna cuiabana são o ponto de partida da historia que se desenrola no vídeo clipe da música “vulneráveis”, o primeiro lançamento audiovisual da banda Mr FucK, com pré-lançamento marcado para esta segunda-feira (07), no O’ Connells Pub. Além da primeira exibição pública do filme, o evento terá show com as bandas Theo Charbel e os Piratas do Cerrado, Tocandira, e Mr. FucK, e ainda, um pocket show com Reginaldo Lincoln (Vanguart) e presença do artista plástico Clóvis Irigaray.
“Não queríamos o formato convencional”, diz um dos vocalistas da banda, Juane Mesquita, explicando a vocação do curta. “Não queríamos aquelas imagens da banda tocando no desenrolar da trama, por isso, naturalmente nos direcionamos para o formato de cinema”.
Fabrício Chabô, que também é um dos vocalistas do grupo, acrescenta, “o projeto teve vida própria, e se encarregou de juntar as pessoas desde que surgiu a ideia. foi gravado na raça, não tivemos apoio financeiro e todos fizeram o seu melhor sem receber um centavo”.
O elenco da trama é composto por figuras conhecidas da cultura cuiabana como Clóvis Irigaray, Bruno Kayapy Amanda Polveiro, Theodora Charbel, Eloina Bezerra, Fernanda Mendes, Dewis Caldas, e Reginaldo Lincon.
A direção do filme é do cineasta Severino Neto, que também assinou a adaptação do roteiro. “Fiz o troteiro, mas o clima da história e a forma como a contamos foi elaborada coletivamente, aproveitando a experiência de cada profissional que participou do projeto, que não era simples de realizar”, explica Neto, que faz questão de falar sobre o processo estético do curta-metragem.
“Como o projeto do vídeo clipe já tinha uma linguagem de cinema, conseguimos sair um pouco da fórmula que vemos de grandes produções nacionais e internacionais, e acredito que criativamente e tecnicamente, um grande passo pras produções locais. Fugimos da fórmula e buscamos revelar a cidade de uma forma mais urbana e noturna”.
Comumente intitulada de “rock falcatrua”, a banda Mr. FucK nasceu em 2012 quando três amigos que se juntaram para fazer um som despretensioso, tocando blues, flertando com o fusion e com tudo o que podia ser explorado no rock n’ roll. A banda atualmente é formada por Fabrício Chabô e Juane Mesquita nos vocais, e ainda Danilo Bareiro na guitarra, Sandro Souza na bateria e Wellington Berê no contrabaixo.
CINCO PERGUNTAS PARA MR. FUCK (FABRÍCIO CHABÔ)
1 – Como surgiu a ideia do filme?
Assim que lançamos o single “Vulneráveis”, que foi um sucesso, já de imediato ouve um interesse de alguns parceiros em produzir um videoclipe que fosse diferente do que está rolando. A banda se juntou com os cineastas Severino Neto (da Agência FCS) e Rafael de Carvalho (Molera filmes) e surgiu várias referências, para chegarmos a um objetivo comum. Como eu já tinha a concepção da história, o enredo, que surgiu a partir de uma narrativa elaborada em parceria com Juane Mesquita, que também é vocalista da banda. Eles gostaram e o Severino Neto escreveu o roteiro. Durante o processo, acabei encontrando toda a equipe e também os personagens da história, que gostaram da ideia e entraram de cabeça.
2 – Do que a música diz?
É uma homenagem a dois grandes amigos e o tempo que passamos juntos, Helosangela e Miguel. Fala sobre a eterna busca do ser humano por algo que o complete, uma busca incessante que parece um ciclo vicioso, porque nada satisfaz. Na verdade o que nos completa é ser incompletos. A composição é minha e de Juane Mesquita.
3 – Como conseguiu reunir os personagens e a equipe para participar do projeto?
O primeiro a ser escalado foi o diretor de fotografia João Bertoli, antes mesmo de escrever o roteiro. É uma honra ter tido o melhor diretor de fotografia do Estado no nosso primeiro trabalho. Depois do roteiro pronto, fomos atrás da equipe. O primeiro fator que pesa numa produção como está, é que você tem que escolher pessoas apaixonadas pelo trabalho, pois não tivemos apoio financeiro e todos vestiram a camisa pra dar o seu melhor. Eu fiquei responsável pela produção executiva e elenco. A Juane Mesquita ficou com o making off e produção também. O Rafael Carvalho faria a Montagem e elegemos o Severino Neto como diretor do videoclipe. A produção nos dias das filmagens ficou por conta da Paula Dias e, com o grupo feito, surgiram outros nomes tão importantes como a Karla Marinho (make up), Luiza Lins (assistente de produção), Fumaça (técnica), Julio Diniz (ilustração), Rafael Braguini (animação) e Hilen Campos (pós produção). E também, os artistas que aceitaram o convite para atuar na trama.
4 – O que te vem a cabeça quando imagina que este será o primeiro vídeo-clip com beijo gay de MT, que é um dos Estados que é líder em violência contra homossexuais?
Acho importante o papel do filme também nesse sentido. É emblemático para nós contribuir para a desmistificação de algo que hoje é natural.
5 – o que espera com o vídeo-clip após o lançamento?
Primeiramente, espero respaldar o trabalho e a confiança desses profissionais que cederam seu tempo e se empenharam para que tivéssemos o melhor resultado. O trabalho ainda não acabou, agora entramos em uma nova etapa, que é a distribuição e inscrição desse material em TV’s e festivais por todo o país, porque não estamos pensando nele apenas como um videoclipe, mas também como um filme, que vai percorrer os festivais no Brasil e fora dele. Tenho certeza que será muito bem aceito pela crítica e trará bons frutos no futuro.
MAIS INFORMAÇÕES
O QUÊ: PRÉ-LANÇAMENTO DO VIDEO CLIPE DA MÚSICA VULNERÁVEIS
QUANDO: DIA 07 DE ABRIL, ÀS 22H
ONDE: O’ CONNELLS PUB, AV. ISAAC PÓVOAS, 1548, CUIABÁ, MT
QUANTO: R$ 20