O Banco do Brasil (BB) registrou lucro líquido ajustado de R$ 5,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 47,6% em comparação com o mesmo período de 2020 e de 2% em relação ao segundo trimestre de 2021. No acumulado do ano, o valor chega a R$ 15,1 bilhões, crescimento de 48,1%. O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (RSPL) encerrou o trimestre em 14,3% e, na visão acumulada, em 15%.
“Esse bom desempenho é explicado por menores despesas com provisões de crédito, maiores receitas, com crescimento da margem financeira bruta e das rendas com prestação de serviços, e sólido controle das despesas administrativas”, informou comunicado do banco.
O Índice de Basileia atingiu 19,34%, sendo 13,17% de capital principal. O índice serve para avaliar a saúde financeira das instituições. Quanto maior o Índice de Basileia, menor é o risco. A recomendação internacional é um mínimo de 8%, mas no Brasil a exigência é maior, com mínimo de 11%, e para bancos cooperados é de 13%.
O banco também revisou suas projeções corporativas. A previsão do lucro líquido ajustado para 2021, que era de R$ 17 bilhões a R$ 20 bilhões, passou para R$ 19 bilhões a R$ 21 bilhões.
A carteira de crédito ampliada alcançou R$ 814,2 bilhões em setembro, aumento de 6,2% na comparação com junho de 2021, mês que encerra o trimestre anterior, e 11,4% frente ao mesmo período do ano anterior. A carteira apresentou crescimento em todos os segmentos, na comparação interanual, com destaque para as operações com o agronegócio (18,5%), micro, pequenas e médias empresas (24,6%) e pessoas físicas (14,2%).
“O agronegócio foi o principal vetor de crescimento da carteira no trimestre. Além da elevada demanda, o forte desempenho é resultado do histórico protagonismo que o BB tem com todos os níveis da cadeia do agro, com atendimento especializado, profissionais dedicados, conhecimento e relacionamento técnicos e capilaridade nacional”, destacou o banco.
Essa carteira cresceu 9,7% na comparação com junho, com destaque para o custeio agropecuário (10,9%), para as linhas de investimento e comercialização agropecuária, (14,2% e 23,2%, respectivamente) e industrialização (270,2%). Os títulos do agronegócio também tiveram performance positiva, ressaltando-se o certificado de direitos creditórios do agronegócio (159,5%).
A carteira pessoa física ampliada cresceu 5,7% em relação a junho e 14,2% frente a setembro de 20, destacando-se a performance positiva nas linhas de crédito consignado (16,4%), alcançando R$ 104,6 bilhões, empréstimo pessoal (40,1%) e cartão de crédito (41,3%) na comparação anual. “Resultado da estratégia de alteração do mix para linhas mais rentáveis”, disse o BB.
Na pessoa jurídica houve crescimento de 4,3% comparado a junho. Destaque para o crescimento da carteira micro, pequenas e médias empresas (10%), influenciada pelos desembolsos de R$ 8,1 bilhões nas linhas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Segundo o banco, a carteira de grandes empresas foi impactada por liquidações e o direcionamento para alternativas no mercado de capitais, com crescimento nas operações com empresas com faturamento entre R$ 200 milhões e R$ 800 milhões, “contribuindo positivamente para o mix da carteira”.
O índice de inadimplência acima de 90 dias da carteira total ficou em 1,82%, inferior ao patamar do Sistema Financeiro Nacional, com índice de cobertura de 323,3%.
Em setembro de 2021, a carteira de negócios sustentáveis atingiu um saldo de R$ 282,1 bilhões, expansão de 18,9% em 12 meses, destacando-se as boas práticas socioambientais (16,3%) e agricultura de baixo carbono (65,4%). “A sustentabilidade permeia a estratégia do Banco do Brasil e nesse trimestre, a recém-lançada LCA [Letras de Crédito do Agronegócio] Verde alcançou o volume de R$ 158,4 milhões captados”, informou o banco.
As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 7,4 bilhões no trimestre de julho a setembro, crescimento de 2,2% em relação ao mesmo período de 2020 e de 3,2% na comparação com o trimestre anterior.
De acordo com o Banco do Brasil, o crescimento em relação ao trimestre anterior foi influenciado, principalmente, pelo desempenho positivo anual nas linhas de seguros, previdência e capitalização (6%), de consórcios (11,7%) e de administração de fundos (9,9%). No acumulado de nove meses, o crescimento foi de 1%, dentro do intervalo das projeções corporativas.
As despesas administrativas somaram R$ 7,9 bilhões no terceiro trimestre, acréscimo de 0,7% em relação ao trimestre anterior, influenciadas principalmente pelo aumento das despesas de pessoal, devido ao reajuste salarial de 10,97% a partir de setembro de 2021, concedido aos bancários no Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022 para toda a categoria. Na comparação em nove meses, as despesas ficaram estáveis, aumento de 0,2%, mantendo-se dentro do intervalo das projeções corporativas 2021.
“O índice de eficiência acumulado em 12 meses atingiu 35,9% no trimestre, reflexo do controle de custos e aumento das receitas no período”, finalizou o BB.
Com informações da Agência Brasil