Internacional

Ban ki-moon denuncia violência contra direitos humanos na ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, denunciou nesta quarta-feira (24) os ataques contra os direitos humanos ao redor do mundo em seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, enumerando os diversos conflitos e crises na Síria, Iraque, Gaza, Ucrânia, Sudão do Sul e República Centro-Africana, entre outros.Ban abriu seu discurso com um chamado para que os líderes de todo o planeta devolvam a esperança a um mundo atingido pela guerra e pela violência.

Foi um ano terrível para os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas. Este ano o horizonte da esperança foi escurecido. Extremistas insistem que sua maneira é a única maneira. Precisamos de uma ação decisiva para parar crimes atrozes, disse Ban.Desde bombas improvisadas a decapitações, desde a inanição forçada de civis ao ataque a hospitais, refúgios e comboios da ONU, os direitos humanos e o estado de direito estão sob ataque.O secretário-geral citou diversos problemas internacionais enfrentados no último ano, como a guerra na Síria, o avanço jihadista do Estado Islâmico e a epidemia de ebola, e destacou que desde a Segunda Guerra Mundial o mundo não havia registrado um número similar de refugiados, demandantes de asilo e necessidades humanitárias como o atual.

"A fragilidade de governos e instituições pelo mundo nunca foi tão aparente. A diplomacia está na defensiva. A diversidade tem sido atacada e o desarmamento é visto como um sonho distante. Enquanto as crises se acumulam, a liderança diz respeito a encontrar sementes de esperança e nutri-las para algo maior, disse Ban.

Crises dominantes
A reunião de líderes mundiais em Nova York tem como tema a luta contra a pobreza e a fome, e a melhoria na vida de todas pessoas através do crescimento econômico. Mas a urgência dos conflitos internacionais, em especial a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo radical jihadista Estado Islâmico que atua na Síria e no Iraque, além da crise do ebola na África, devem dar o tom dos discursos de mais de 140 chefes de Estado e de governo.Debates sobre os conflitos internacionais como a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque e o alerta pela expansão do ebola na África Ocidental, são esperados na reunião dos líderes mundiais.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já avisou que aproveitará a Assembleia Geral para fazer um apelo mundial de ampliação da coalizão internacional contra o Estado Islâmico.De acordo com Obama, mais de 40 países apresentaram propostas de participação em uma "ampla campanha" contra os jihadistas, com missões aéreas de combate, treinamento, equipamento e ajuda humanitária. "Nas Nações Unidas, continuarei unindo o mundo contra esta ameaça", afirmou Obama.Após Ban, será a vez da presidente do Brasil, Dilma Rousseff. O Brasil abre o debate, como ocorre tradicionalmente desde a Assembleia Geral de 1995. Há expectativa de que a presidente apresente à ONU o que o Brasil fez nos últimos anos para erradicar a fome.

Além disso, a presidente pode reforçar a defesa pela segurança na internet e enaltecer a criação do Banco de Desenvolvimento do Brics agrupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.A estagnação da economia mundial preocupa, pois acrescenta incerteza, assim como muitos outros conflitos nacionais com projeção internacional.

Discussões
O presidente da 69ª Assembleia, eleito em junho deste ano, é Sam Kahamba Kutesa, ministro dos Negócios Estrangeiros de Uganda. Kutesa definiu que o tema desta sessão será Concretizar e implementar uma agenda transformativa para o desenvolvimento pós-2015.Os países emergentes, entre eles os latino-americanos, insistirão na reforma da ONU e, concretamente, do Conselho de Segurança, para distribuir melhor as parcelas de poder, ainda nas mãos dos mesmos cinco países desde o final da Segunda Guerra Mundial: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.Segundo a agência Efe, não comparecerão à ONU os presidentes de Rússia, China e Índia, nem a chanceler alemã, Angela Merkel.

O presidente da Autoridade Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, falará na ONU na próxima sexta-feira (26) para pedir apoio para sua iniciativa de estabelecer uma data fixa para a retirada israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, no prazo máximo de três anos.A resposta de Israel poderá acontecer na mesma tribuna na próxima segunda-feira, durante a intervenção do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.Em paralelo aos discursos no plenário da ONU, que se prolongarão até a terça-feira (30), acontecerão outras reuniões para tratar de temas específicos, além de centenas de encontros bilaterais entre os chefes de Estado e de governo.

Em frente ao edifício da ONU, no centro de Manhattan, são esperados vários protestos durante toda a semana contra alguns líderes participantes, mas que eles não poderão ver, nem ouvir, devido às enormes medidas de segurança que cercam a sede da organização internacional, protegida por cercas metálicas nas ruas adjacentes e centenas de policiais.

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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