As exportações brasileiras superaram as importações, resultando em superávit da balança comercial de US$ 32,37 bilhões nos oito primeiros meses deste ano. Os dados foram divulados nesta quinta-feira (1º) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
É melhor resultado para o período de janeiro a agosto desde o início da série histórica, em 1989 – ou seja, em 28 anos. Até então, o maior saldo para este período havia ocorrido em 2006, quando foi contabilizado um superávit de US$ 29,74 bilhões.
O resultado positivo da balança no acumulado deste ano é maior que o superávit registrado em todo ano passado (US$ 19,69 bilhões). De janeiro a agosto de 2015, as exportações superaram as importações em US$ 7,3 bilhões.
Somente em agosto, o saldo positivo (exportações menos importações) somou US$ 4,14 bilhões, resultado de vendas externas em US$ 16,98 bilhões e compras do exterior em US$ 12,84 bilhões. Foi o maior superávit para meses de agosto desde 2006, ou seja, em dez anos.
Cenário da economia
A melhora no saldo comercial acontece em momento de recessão na economia brasileira. Com redução da renda, diminui a demanda por produtos e serviços importados. Além disso, apesar da queda recente, o superávit recorde também está relacionado com o alto patamar do dólar no acumulado deste ano.
Ambos estes fatores, a recessão na economia e o dólar em um patamar relativamente alto, contribuem para a queda das importações – que é o principal fator para o forte aumento do saldo comercial em 2016. Neste ano, até agosto, as compras do exterior despencaram 25,5%, ao mesmo tempo em que as exportações caíram bem menos: 4,9%.
Exportações e importações
Na parcial dos oito primeiros meses de 2016, as exportações somaram US$ 123,57 bilhões, com média diária de US$ 735 milhões (queda de 4,9% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 91,2 bilhões, ou US$ 542 milhões por dia útil, uma queda de 25,5% em relação ao mesmo período de 2015.
Nos oito primeiros meses deste ano, aumentaram as exportações de produtos semimanufaturados (-2%), mas recuaram as vendas externas de produtos básicos (-9,2%) e também de produtos manufaturados (-1,1%). No caso das importações, houve queda nas compras de bens de consumo (-26,1%), de bens intermediários (-22,1%) e de bens de capital, que são as máquinas e equipamentos para produção (-21,6%).
Os números do governo mostram que o aumento do saldo comercial ocorreu, também, por conta da queda nas importações do petróleo e combustíveis, que recuaram 45,6% até agosto. O déficit da chamada conta petróleo caiu de US$ 3,21 bilhões nos oito primeiros meses do ano passado para um resultado negativo de US$ 786 milhões em igual período deste ano.
Estimativas para 2016
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 50 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior para 2016. O Ministério do Desenvolvimento estimou um saldo positivo de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões neste ano.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 50 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e importações no valor de US$ 140 bilhões.
Fonte: G1