“Sou artista, boa parte dos meus amigos é artista, ‘mente aberta’ como eu, a imprensa sempre me trata com o carinho e discrição que eu gostaria e, ainda assim, eu estou exausta. Exausta de não me sentir amada incondicionalmente. Exausta de não me permitir amar e ser amada como devo e como mereço. Exausta de me sentir rejeitada e, é claro, especialmente por mim mesma. Exausta de assumir uma posição superficial sobre tantos assuntos para ‘não me expor’”, escreve ela, elencando as razões de sua decisão.
No artigo, a atriz explica que decidiu contar a verdade porque sentia incômodo de esconder algo de que deveria se orgulhar. Ela conta que já omitiu romances com outras mulheres por temer a reação das pessoas. “Por isto que sempre que alguém me perguntava em entrevistas se eu estava solteira ou namorando, como costumeiramente eu estava sempre namorando alguma mulher que não só não queria se assumir como, boa parte das vezes, apesar de já estar há meses me namorando e declaradamente apaixonada dizia ‘não se considerar gay’ eu respondia: ‘Estou feliz.’ E imediatamente ficava orgulhosa do drible elegante… e drenada por sublinhar mais uma vez minha cumplicidade à escolha de envergonhar-me de ser quem sou e de viver o que vivo. Boa parte das vezes, a melhor maneira de piorar um problema é contorná-lo ou, mais objetivamente, fingir que ele não existe”, acrescenta. "A cada esquina que viro, pessoa que conheço, desde o fã que me cumprimenta até o médico com quem me consulto tenho que me perguntar se tal pessoa é confiável e/ou compreensiva o suficiente para que eu possa me expressar sem camuflar o fato de que sou bissexual".
Alessandra Maestrini encerra explicando que cansou de fingir ser o que não era: “As pessoas costumam assumir o seu amor e não a sua sexualidade. Não as julgo. Mas eu aqui estou me assumindo, não porque esteja apaixonada e nem mesmo porque esteja procurando um amor para o momento. Não é o caso, definitivamente. Estou me assumindo porque estou exausta. Pra mim já deu”.
Paulista de Sorocaba, Alessandra Maestrini tem 37 anos e construiu a carreira em musicais. Ela foi destaque em produções como "A Ópera do Malandro", "Rent" e "7". Na TV, além de "Toma lá da cá", ela fez três novelas _ a única que participou integralmente foi "Tempos modernos", em 2010. Recentemente, ela participou do quadro "Correio feminino", do "Fantástico".
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