Pressionado por ministros tucanos, o senador Aécio Neves (MG) destituiu o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB nesta quinta-feira (9). Depois de conversar com tucanos governistas, Aécio foi pessoalmente ao gabinete de Tasso comunicar sua decisão.
No lugar do senador cearense, o mineiro indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para o lugar. Goldman deve ocupar o posto até 9 de dezembro, quando está marcada a convenção nacional do partido.
Aécio argumentou que queria "isonomia" na disputa pela presidência do PSDB. Tasso disputa o cargo com o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Ele inicialmente pediu que Tasso deixasse o comando do partido. Como resposta, ouviu que se ele quisesse mudança no cargo deveria decidir pela destituição de Tasso.
A conversa, na manhã desta quinta-feira (9), teve tom ríspido.
Tasso assumiu interinamente o comando do partido em maio, após Aécio se licenciar do cargo por ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista.
A decisão de Aécio Neves era esperada na cúpula do partido. Aliados do ex-governador paulista Alberto Goldman, que assume no lugar de Tasso, disseram que Aécio havia ameaçado tomar a iniciativa quatro vezes, mas recuava na última hora.
Segundo auxiliares do governador de Goiás, Marconi Perillo, que disputa com Tasso a sucessão de Aécio na presidência do PSDB, o senador cearense adiou o anúncio de sua candidatura para permanecer mais tempo à frente da sigla.
De acordo com esses assessores, Tasso sabia que sua destituição seria inevitável uma vez que estivesse na disputa pelo comando da sigla. Ele anunciou que era candidato na quarta-feira (8).
Goldman, que assume por ser o vice-presidente mais velho do PSDB, foi a Brasília no mesmo dia. Pessoas próximas ao ex-governador de São Paulo, amigo do senador José Serra (SP), afirmam que ele pretende conduzir com imparcialidade a sucessão na sigla.
A eleição da nova Executiva tucana ocorrerá no dia 9 de dezembro, na convenção nacional da legenda.