Foto Ahmad Jarrah
O empresário Giovani Guizardi, principal alvo da Operação Rêmora, deve devolver aos cofres públicos cerca de R$240 mil, após colaboração premiada ao Ministério Público Estadual (MPE). A informação foi confirmada pelo advogado do empresário, Rodrigo Mudrovitsch.
Guizardi teve prisão domiciliar decretada e deixou o Centro de Custódia da Capital (CCC) na última quarta-feira (30). Na tarde desta sexta-feira (2), o delator foi ao Fórum da Capital colocar a tornozeleira eletrônica, por determinação da juíza Selma Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado em Cuiabá.
Na colaboração premiada, feita no dia 16 de novembro, Giovani Guizardi disse ao Ministério Público Estadual (MPE) que as fraudes na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) teriam a intenção de pagar o investimento de R$ 10 milhões feito pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014.
Ele ainda confirmou que a organização criminosa foi montada em 2015, visando arrecadar "fundos ilícitos" para saldar pagamentos não declarados na campanha eleitoral de 2014.
Operação Rêmora
Proprietário da Dínamo Construtora, Guizardi é apontado como o chefe do esquema de desvio de dinheiro para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio de 23 obras em escolas do Estado, com contratos que somam R$ 56 milhões.
A Operação Rêmora, deflagrada em maio de 2016, apura as fraudes cometidas em 2015, mediante cobrança de propina para direcionar as licitações aos empresários envolvidos com a organização.
O Ministério Público Estadual denunciou 22 pessoas envolvidas no suposto esquema de fraudes em licitações na Seduc. A denúncia aponta crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude a licitação.
O lucro com o esquema já chega na casa dos R$ 3 milhões e, conforme a denúncia, a propina variava de 3% a 5% do valor dos contratos.