O Tesouro Direto, programa criado em janeiro de 2002 que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem precisarem aplicar em um fundo de investimentos, atingiu, pela primeira vez, a marca de um milhão de investidores cadastrados em outubro, informou o governo nesta sexta-feira (18).
Segundo o Tesouro Nacional, o número de investidores cadastrados no Tesouro Direto cresceu em 50.539 em outubro, totalizando 1,02 milhão, com alta de 74,4% nos últimos 12 meses.
"O número de investidores ativos (que efetivamente possuem aplicações) aumentou em 18.314, a maior alta desde o início do programa, alcançando 365.561, o que representa um acréscimo de 73,7% nos últimos 12 meses", acrescentou a instituição
O aumento do interesse dos investidores pelo Tesouro Direto coincide com a queda na rentabilidade e atratividade da poupança. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.
A alta da inflação, que vem superando a correção da poupança, também tem feito as cadernetas perderem atratividade. Títulos do Tesouro Direto, por exemplo, oferecem rentabilidade acima da inflação – mas há a incidência do Imposto de Renda. O resultado é que, entre janeiro e outubro de 2016, os saques de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 53,25 bilhões.
Aplicações no Tesouro Direto em outubro
O governo informou ainda que o volume de aplicações do programa somou R$ 1,9 bilhão em outubro deste ano, ao mesmo tempo em que os resgates (retirada de títulos do mercado) somaram R$ 662 milhões – sendo R$ 661,4 milhões relativos às recompras e R$ 700 milhões aos vencimentos.
"Os títulos mais demandados pelos investidores [em outubro] foram os indexados ao IPCA (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), cuja participação no volume total de investimentos atingiu 60,0%. Os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) corresponderam a 18,4% do total e os indexados à taxa Selic (Tesouro Selic), 21,6%", acrescentou.
Saldo do programa
Já o saldo total (estoque) de títulos em mercado alcançou o montante de R$ 38,1 bilhões em outubro, um aumento de 4,1% em relação a agosto (R$ 36,6 bilhões) e de 66,2% sobre outubro de 2015 (R$ 22,9 bilhões).
"Os títulos remunerados por índices de preços respondem pelo maior volume no estoque, alcançando 62,4%. Na sequência, aparecem os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 20,0% e, por fim, os títulos prefixados, com 17,5%", acrescentou o Tesouro Nacional.
Tesouro Direto
O investimento no Tesouro Direto pode ser uma boa opção para quem não tem muito dinheiro, mas busca um investimento de médio e longo prazos. Ao investir em títulos públicos, a pessoa se torna credora, emprestando dinheiro para o governo. Em troca, recebe juros.
Para aplicar no programa, o interessado deve fazer um cadastro em uma instituição financeira no site do Tesouro Direto. O investidor recebe uma senha por e-mail e pode começar a aplicar seu dinheiro.
No Tesouro Direto, assim como nos fundos de investimento, há cobrança do Imposto de Renda. A aliquota do IR é regressiva em ambos os casos. Ou seja, quanto mais tempo os recursos ficam aplicados, menor será o IR pago pelo investidor.
Para aplicações de até seis meses, a alíquota do IR é de 22,5%, caindo para 20% entre seis meses e um ano. Se o prazo da aplicação superar um ano, mas for retirada antes de completar o segundo ano, o IR fica em 17,5%. Acima de dois anos de prazo, a alíquota é de 15%.
Fonte G1