Os agricultores de Mato Grosso devem monitorar a presença do fedegoso (Senna occidentalis) nas lavouras de soja do ciclo 2016/17. Na última safra, produtores relataram dificuldade ao entregar cargas da oleaginosa em algumas tradings por conterem sementes da planta daninha misturadas aos grãos.
“É importante que o agricultor procure a orientação de um engenheiro agrônomo para saber o momento correto de iniciar o combate a esta planta daninha”, explica Nery Ribas, diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
O fedegoso é um arbusto anual da família Leguminoseae e possui flores amarelo-ouro e vagens curvas, sendo comum em lavouras de soja. Pode estar presente no momento da dessecação com herbicidas pré-emergentes, o que ocorre antes da emergência da soja. Suas sementes permanecem nas lavouras, muitas das vezes sendo necessário o manejo de pós-emergência.
“O controle é químico e o produtor deve ficar atento à rotação de modos de ação dos herbicidas”, alerta Thiago Moreira, gerente de Defesa Agrícola, ressaltando a importância do manejo antirresistência.
A legislação de Classificação de Grãos determina a tolerância de uma partícula de semente por amostra de um quilo para cada cinco toneladas carregadas, mesmo que não haja restrições claras e específicas para sementes naturalmente tóxicas, como o fedegoso, no padrão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e nos contratos da Associação Nacional de Empresas Cerealistas (Anec).
“O produtor também precisa verificar se consta no contrato de venda de soja uma cláusula específica para tolerância quanto à presença de fedegoso ou de quantidade limite tolerada para a presença de sementes tóxicas. Nesse caso, é importante cuidar para que na colheita não haja a presença do invasor”, afirma o gerente da Aprosoja.