Política

Empresária afirma que cometeu erro ao confiar em Wilson Santos

Irmão de Emanuel Pinheiro, Marco Polo e sua esposa, Bárbara Pinheiro

“Cometi o erro de acreditar que o deputado Wilson Santos pode ser amigo de alguém”. Assim começa a nota enviada nesta quinta-feira (26) à imprensa, da empresária Bárbara Pinheiro.

Um áudio com uma conversa da empresária, o irmão de Emanuel Pinheiro (PMDB), Marco Polo e o candidato a prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), foi divulgado pelo tucano. Nele, eles falam sobre um suposto esquema em que teriam recebidos propina de R$ 4 milhões da empresa Caramuru Alimentos.

Para Bárbara, o irmão de Wilson, Elias Santos (que também estava no encontro), aproveitou de um momento de fragilidade da empresária. “De maneira sórdida, a conversa foi gravada, os fatos foram distorcidos, a gravação foi adulterada e disponibilizada parcialmente. Estivemos lá por 2 horas e foram apresentados 11 minutos de um áudio totalmente editado”.

Em nota, Barbara conta que procurou Wilson Santos após sofrer ameaças de que poderia ser presa pela consultoria prestada a empresa, e assim, prejudicar a candidatura de Emanuel Pinheiro a prefeitura de Cuiabá. 

“Embora a consultoria prestada há alguns meses seja totalmente legal, os boatos davam conta de que seria armada uma situação para que o assessoramento, relativo ao enquadramento da Caramuru Alimentos no Prodeic, seria colocado sob suspeita”, diz Bárbara.

A esperança era de que o tucano impedisse a divulgação do material. “No encontro, me desesperei, chorei e pedi encarecidamente que não explorasse um assunto relativo exclusivamente a mim. Falei da dificuldade financeira que estamos passando e das dívidas de R$ 4 milhões provenientes de uma empresa criada por minha mãe que foi à falência”.

No fim da nota, ela ainda diz que esta “tomando as medidas judiciais cabíveis”.

Confira nota na íntegra

"Cometi o erro de acreditar que o deputado Wilson Santos pode ser amigo de alguém.

Pessoas de nosso relacionamento e alguns jornalistas espalharam boatos de que eu poderia ser presa em razão de um trabalho de consultoria que prestei, em parceria com minha irmã, a advogada Fabíola Cássia de Noronha Sampaio, à empresa Caramuru Alimentos. Desde o início da campanha, as ameaças chegavam a nós diariamente.

Embora a consultoria prestada há alguns meses seja totalmente legal, os boatos davam conta de que seria armada uma situação para que o assessoramento, relativo ao enquadramento da Caramuru Alimentos no Prodeic, seria colocado sob suspeita. Minha prisão seria a forma de dar um caráter espetacular ao fato e, assim, atingir a candidatura a prefeito de Emanuel Pinheiro, de quem sou cunhada.

Alarmada pelos boatos e preocupada com a repercussão de uma eventual prisão na minha vida pessoal e profissional, insisti com meu marido, Marco Polo Pinheiro, para que procurássemos o deputado Wilson Santos. Conheço o deputado há muitos anos e Marco Polo prestou serviços a Wilson Santos à época em que ele foi deputado federal.

Diante dos boatos, entendi que deveria procurá-lo e expor minhas preocupações. No dia 24 de setembro, por volta das 20 horas, acompanhada de Marco Polo, estive na casa de Wilson Santos, que nos recebeu junto com seu irmão Elias Santos. Angustiada, relatei a eles o que estava ocorrendo. Acreditei que o longo tempo de convívio com meu marido e minha sinceridade poderiam sensibilizar o deputado e evitar que sua campanha explorasse eleitoralmente um fato que nada tem a ver com o candidato Emanuel Pinheiro e que, ainda, poderia ter graves consequências na minha vida.

No encontro, me desesperei, chorei e pedi encarecidamente que não explorasse um assunto relativo exclusivamente a mim. Falei da dificuldade financeira que estamos passando e das dívidas de R$ 4 milhões provenientes de uma empresa criada por minha mãe que foi à falência.

Lamentavelmente, estava errada e cometi um dos maiores erros da minha vida ao confiar em Wilson. De maneira sórdida, a conversa foi gravada, os fatos foram distorcidos, a gravação foi adulterada e disponibilizada parcialmente. Estivemos lá por 2 horas e foram apresentados 11 minutos de um áudio totalmente editado.

Wilson Santos se aproveitou de meu desespero e de minha fragilidade para atingir a reputação de Emanuel, que jamais teve qualquer envolvimento ou participação nos negócios que realizei com minha irmã. O deputado Wilson Santos se mostrou amigo e solícito; depois, se utilizou da minha boa fé para prejudicar Emanuel Pinheiro.

Para reparar o dano causado a mim e a minha família, estou tomando as medidas judiciais cabíveis. Lamento profundamente os eventuais problemas que causei à campanha de Emanuel.

Espero que a população da minha cidade compreenda os fatos e não permita que uma pessoa tão inescrupulosa como o deputado Wilson Santos seja novamente eleito prefeito de Cuiabá. Wilson Santos se aproveitou de meus medos, dos meus receios, da minha fragilidade de mãe e de filha para obter ganhos eleitorais. Quem trai a confiança de um amigo, foi nessa condição que fomos à casa de Wilson, é capaz de qualquer coisa.

Minha irmã Fabiola prestará os esclarecimentos necessários sobre a prestação da consultoria à Caramuru Alimentos. Jamais houve pagamento de propina. No encontro com Wilson Santos essa palavra sequer foi mencionada por mim ou por meu marido.

Peço a Deus que nos proteja a todos.

Bárbara Noronha Pinheiro"

Cintia Borges

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