Cidades

Atletas do dia a dia buscam por saúde e qualidade de vida

Foto Ahmad Jarrah

Faça chuva ou faça sol, lá estão os ‘atletas’ dos parques e academias de Cuiabá. Durante uma ou duas horas, pessoas como o Lucas, Cecília, Igor, Ana Maria e outros personagens que aparecerão no decorrer desta matéria, praticam atividades físicas para melhorem a saúde e consequentemente a harmonia entre o corpo e a mente. 

A Cecília Verlez tem 53 anos e morava na cidade de Maringá (PR). Há quatro meses em Cuiabá, a dona de casa, que reside no Bairro Alvorada, tempos atrás procurou um médico com fortes dores no peito. “Comecei a fazer caminhada, academia e mudei a alimentação. Estava acima do peso e devido às dores precisava emagrecer. Consegui perder 14 kg e continuei a praticar atividades físicas pela saúde”. 

Ela contou que procura comer muita fruta, verdura e coisas light, mas não procurou ajuda para mudar os hábitos alimentares. “Eu assisto muito o programa Bem Estar e lá vejo dicas e conselhos sobre como comer os alimentos que irão me fazer bem”. Segundo ela, atividade física e alimentação saudável são sinônimos de não cair em depressão e ter boa memória. 

“Eu chamo minha filha para praticar exercício, falo para ela se cuidar, mas ela ainda é jovem e não liga muito para isso agora. Mas eu aconselho todos a irem até um parque para dar uma caminhada, pois isso ajuda muito a saúde e a mente”, pontuou Cecília. Como a filha ainda não aderiu aos hábitos dela, ela arrumou uma colega para acompanhá-la nos exercícios. 

A aposentada Genesi Vital Silva, com 60 anos, é vizinha e colega de atividade física de Cecília. As duas costumam fazer duas horas de caminhada pelo parque Mãe Bonifácio todos os dias pela manhã e vão andando do bairro até o local. “Tem dois meses que venho praticando os exercícios aqui no parque e já sinto uma diferença. Busquei fazer uma atividade por conta da saúde”. 

Genesi estava sentindo falta de ar, coração acelerado e fortes dores no joelho. Desde que começou a praticar exercícios na academia do parque e caminhadas já não sente dores nem falta de ar. “Mudei minha alimentação, agora como mais legumes, frutas e sou estimulada pela Cecília a vir aqui, pois às vezes fico desanimada, mas ela sempre me lembra de que isso só me faz bem”, conta a aposentada enquanto se exercita ao lado da colega. 

Roberto Almeida é funcionário público e desde muito cedo é atleta. “Eu jogava futebol e jogo até hoje. Pratico esportes e mantenho a cultura do atletismo”. Ele segue uma dieta rica em nutrientes e não bebe refrigerante, conta que, devido aos cuidados adotados, dorme bem, diminuiu o estresse e mantém uma boa saúde. “A gente sente uma melhora em todos os sentidos”, completa. 

O Igor Siqueira é Técnico de Informática e tem 32 anos. Ele também joga futebol e pratica o esporte apenas aos finais de semana. Ele contou que estava voltando às caminhadas pelo parque Mãe Bonifácio para ter mais disposição. “Estou tentando me cuidar e a prática de exercícios é uma forma de ficar mais disposição para trabalhar, jogar bola e, dessa forma, sentir bem estar”. 

Ana Maria Zanini é empresária e contou que pratica atividades físicas desde os 14 anos. Ela não revelou a idade, apenas disse que está na ‘casa dos 50’. Ao Circuito Mato Grosso ela contou o segredo da boa forma. “Eu como um dente de alho todos os dias. O alho é um dos melhores alimentos do mundo, ele aumenta a imunidade, retarda o envelhecimento da pele, entre outros benefícios”.

Segundo estudos científicos o consumo regular do alho elimina bactérias do organismo por ser um poderoso antibiótico natural. O alho estimula o apetite, ajuda na digestão dos alimentos, evita acidez estomacal, ativa a circulação o que ajuda o coração a funcionar bem e é um bom protetor do fígado e da vesícula. 

Consumir alho em jejum ajuda a desintoxicar o organismo e se consumido de forma contínua e em longo prazo, pode prevenir certos tipos de câncer, diabetes e problemas relacionados aos nervos e estados depressivos. Mas para obter os benefícios é preciso consumi-lo cru, já que ao cozinhá-lo perdem-se muitas propriedades. 

Além da alimentação saudável, Zanini pratica atividades como: caminhada, corrida e musculação. “De manhã faço caminhadas e corro em parques pela cidade e, à noite, faço academia. Costumo praticar até três horas de exercícios diários e faço isso porque gosto”, explicou. Ela se considera uma pessoa mais disposta e que não tem preguiça para nada. “Estou sempre disposta e associo isso à atividade física e à alimentação saudável”. 

“Atividade física é um fator de proteção”, diz personal trainer 

Praticar atividades físicas é importante e benéfico em vários sentidos. Acelera o metabolismo e ajuda na perda de peso, melhora a postura, regula o sono, inibe os resfriados, diminui os riscos de câncer de mama, combate a osteoporose, reduz o colesterol ruim, previne o diabetes, controla hipertensão, dentre outros.

Mas apesar de todos esses benefícios, em torno de 66% da população brasileira não pratica atividades físicas, segundo o Ministério da Saúde. Segundo o personal trainer Frederico Rangel, da academia Inspire, em Cuiabá, as pessoas que procuram uma academia para praticar atividade física, procuram por saúde ou estética.  

“Hoje o público que procura uma academia, por exemplo, é mesclado. Há quem procure por questões de saúde e há quem procure por estética”. Rangel disse que a ciência já comprovou que uma pessoa acima do peso, mas que faz atividade física, é mais saudável que uma pessoa magra, considerando o peso normal, que não faz atividade. “Ou seja, a atividade física é um fator de proteção”. 

A proteção a que Rangel se refere é, principalmente, contra doenças crônicas, como a diabete, os problemas no coração, que podemos adquirir com o passar dos anos. “Se você faz uma atividade física isso acaba ajudando a protegê-lo contra várias doenças”. A alimentação, segundo Rangel, também é importante. 

“O professor de educação física não pode prescrever dieta como um nutricionista faz, com quantidade e quais tipos de alimento a pessoa deve ingerir. Por isso, hoje em dia, principalmente em academias é desenvolvido um trabalho chamado multidisciplinar”. Esse trabalho, segundo o personal, serve para ajudar o aluno a alcançar as metas que ele busca juntando alimentação e exercícios. 

Rangel explica que, independente da atividade, o importante é fazer um acompanhamento com os dois profissionais. “Cada indivíduo vai responder de um jeito e não existe atividade física ruim, mas varia em relação ao que a pessoa procura, ao objetivo dela e como ela vai fazer”, finalizou. 

O papel do nutricionista 

Segundo o Ministério da Saúde, há algumas dicas que podem ajudar você a incorporar uma alimentação saudável. Você pode aumentar o consumo de frutas, reduzir o consumo de sal, comer feijão pelo menos uma vez ao dia, reduzir o consumo de alimentos gordurosos, fazer pelo menos quatro refeições ao dia, consumir com moderação alimentos ricos em açúcar, beber muita água e ser ativo. 

As dicas são valiosas, mas será que só fazendo isso você conseguiria mudar os hábitos alimentares para alcançar o seu objetivo? Segundo a PhD em Nutrição Esportiva e Comportamental, Desire Coelho, a alimentação é muito mais do que uma refeição ou alimento. “É todo um contexto na verdade, do que a pessoa come, do ambiente onde ela está inserida e quando ela come. Então a gente tem que levar isso tudo em consideração para falar sobre comida”. 

Desire é autora do livro “A Dieta Ideal: sem mitos, sem milagre, sem terrorismo”, escrito junto com o professor de Educação Física, Márcio Atalla, do programa Medida Certa do Fantástico na TV Globo. Em conversa com o Circuito Mato Grosso, ela explicou que cada pessoa deve respeitar o seu corpo e entender até onde consegue chegar. 

“Além disso, a pessoa deve respeitar a fome. Eu falo muito sobre fome e saciedade, pois devemos comer quando temos fome e parar de comer quando estivermos saciados”, explicou. Desire salienta que é importante comer simples, ou seja, quanto mais natural for a alimentação, melhor. “Eu acho que daí o emagrecer vai ser um reflexo da regularidade dos hábitos”. 

Professora da Universidade de São Paulo (USP), do curso de Nutrição, Desire acredita que o profissional de nutrição é culpado pelo terrorismo que existe hoje. Para ela, comida é sentimento e as pessoas precisam comer comida. “Eles precisam entender que comida não é só carboidrato, proteína e gordura”. 

Para Desire, falar de alimentação é falar de exercício. “Ninguém é saudável sendo sedentário, então o exercício,por mais que a pessoa não consiga perder muito peso, ele é fundamental para a saúde”, completou. 

A prática de exercícios ajuda a aliviar o estresse 

Para aliviar as tensões do dia devido ao trabalho, onde somos cobrados, pressionados, e consequentemente ficamos estressados, recomenda-se praticar atividade física. É comprovado, por estudos, que exercícios físicos são importantes aliados no cuidado com a saúde. 

Estudos apontam que praticando caminhada, dança, corrida, ou até mesmo fazendo um passeio isso colabore para melhorias do sono, combate o estresse, reduz a pressão arterial, melhora o humor, aumenta a autoestima, reduz o peso corporal, aumenta o metabolismo e traz vários benefícios, dependendo de cada indivíduo, é claro. 

A psicóloga Fabiane Bressan explica que o estresse é uma emoção negativa e que a primeira mudança é ter consciência de que ele não vai agregar nada à vida da pessoa. “A partir do momento em que a gente sabe que isso é uma emoção negativa e que isso só vai trazer mal estar, já é o passo principal para mudanças”. 

Fabiane aponta que o estresse pode levar à depressão e a outros problemas de saúde, além de ser a base de vários transtornos psicológicos e doenças psicossomáticas que são aquelas doenças que estão relacionadas às emoções. 

“É importante a pessoa manter um alto cuidado e usar a criatividade para mantê-lo. As pessoas podem buscar atividades que estejam próximas a elas para que consigam sair daquele estado de estresse e relaxar”. Segundo a psicóloga, a alimentação também ajuda. “É importante que a pessoa busque um nutricionista para ter uma alimentação adequada, sim”. 

Confira detalhes da reportagem na edição 600 do Circuito Mato Grosso

Catia Alves

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