Após operar em alta boa parte do dia e chegar a bater R$ 4, o dólar passou a recuar nesta quarta-feira (24), após a Moody's tornar-se a terceira das principais agências de classificação de risco a retirar o selo de bom pagador internacional do Brasil. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em forte queda.
Às 16h20, a moeda norte-americana caía 0,03%, vendida a R$ 3,9613.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,76%, a R$ 3,9929.
Às 9h20, alta de 0,94%, a R$ 4,0002.
Às 9h50, alta de 0,59%, a R$ 3,9861.
Às 10h30, alta de 0,75%, a R$ 3,9927.
Às 11h10, alta de 0,86%, a R$ 3,9968.
Às 11h29, alta de 0,95%, a R$ 4,0005.
Às 12h, alta de 0,95%, a R$ 4,0004.
Às 12h30, alta de 0,8%, a R$ 3,9945.
Às 12h39, alta de 0,61%, a R$ 3,9871.
Às 13h20, alta de 0,8%, a R$ 3,9946.
Às 14h, alta de 0,41%, a R$ 3,9793.
Às 14h40, alta de 0,40%, a R$ 39788.
Às 14h58, alta de 0,30%, a R$ 3,9747.
Às 15h30, alta de 0,06%, a R$ 3,9651.
A reação era relativamente contida, porém, já que um rebaixamento já era esperado e o mercado já havia se ajustado fortemente após a perda do grau de investimento pela Standard & Poor's e pela Fitch, segundo a agência Reuters.
"O mercado esperava um corte, era questão de tempo", disse o operador Thiago Castellan Castro, da corretora Renascença, à Reuters, ressaltando ter se surpreendido com o rebaixamento de dois degraus. "Vai demorar para recuperarmos o grau de investimento."
Bovespa
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em forte queda após a decisão da Moody's. Por volta das 16h30, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, caía 1,62%, a 41.832 pontos. Veja a cotação. As ações da Petrobras caíam mais de 1%. Já as da Vale recuavam mais de 5%.
Ação do BC
Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 8,705 bilhões, ou cerca de 86% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.
Por meio dos contratos de “swap cambial”, o BC realiza uma operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta da moeda.
Na véspera, o dólar subiu 0,32%, a R$ 3,9627. No mês de fevereiro, a moeda acumula queda de 1,53%. Em 2016, o dólar tem valorização de 0,37% frente ao real.
Decisão da Moody's
A agência baixou a nota do país dois degraus de uma vez: de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, que é categoria de especulação. A Moody's também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode haver nova mudança.
O rebaixamento já era esperado pelo mercado finaceiro, mas pode ter efeitos sobre a cotação do dólar, a dívida do país, o financiamento das empresas e o nível de investimentos estrangeiros no país. Isso porque o grau de investimento é um "selo de qualidade" que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
Com menos investidores "interessados" no Brasil, pode haver retirada de dólares do Brasil, o que acaba tendo reflexos na cotação, pois investidores acabam buscando mercados mais seguros para investir.
A Moody's era a única das três principais agências de risco ainda a classificar o Brasil como grau de investimento.
Na semana passada, a S&P rebaixou o Brasil pela segunda vez em menos de seis meses, para o segundo degrau abaixo do grau de investimento, com perspectiva negativa. A Fitch classifica o país apenas um degrau abaixo do grau de investimento, também com perspectiva negativa.
O cenário externo também corroborava a alta da moeda norte-americana, com a queda dos preços do petróleo reduzindo o apetite por ativos de maior risco como aqueles denominados em reais. O movimento vinha após a Arábia Saudita descartar cortes na produção e depois do aumento dos estoques nos Estados Unidos.
"A trégua do petróleo durou pouco e os mercados estão se ajustando à ideia de que há espaço para (a commodity) cair mais", disse o operador de uma corretora internacional.
Fonte: G1