Atriz foi alvo de comentários racistas em rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
A Delegacia de Repressão aos Crimes de informática (DRCI), através de ordem judicial, identificou cerca de 70 perfis de usuários de redes sociais que hostilizaram a atriz Taís Araújo com comentários racistas. Algumas comunidades já foram identificadas. Também foi solicitado o bloqueio e os dados cadastrais dos usuários. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11).
As investigações não descartam a participação de menores de idade no crime. Caso esta hipótese seja comprovada, a pena pelo crime de quadrilha para adultos que teriam participado da ação, que é de até 3 anos, ganha acréscimo de mais um terço da pena. Desta maneira, poderia ir a 4.
O crime de injúria racial tem pena máxima de três anos, também com acréscimo de um terço em casos específicos. A soma das penas totalizaria 8 anos para adultos. Os menores responderiam de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
"As pessoas têm que ter um uso consciente da internet. Serem mais responsáveis quando forem postar algo na internet. E verificar que qualquer comentário pode gerar consequências. Inclusive criminais", explicou o delegado-titular Alessandro Thiers.
O delegado reforçou ainda que qualquer vítima de injúria racial, ou outros crimes, deve procurar a delegacia.
"Ela (Taís Araújo) veio aqui até a delegacia, fez o seu papel e seguiu sua vida. Ela não está fazendo papel de vítima, de coitadinha. Ela está exercendo um direito dela de cidadã", acrescentou.
Ofensas no Facebook
A atriz Taís Araújo foi alvo de comentários racistas no Facebook desde a noite do dia 31 de outubro. A foto que passou a receber comentários preconceituosos de diferentes perfis, datada do início de outubro, foi publicada quase um mês antes dos ataques. Já na manhã deste domingo (1º) a hashtag #SomosTodosTaísAraújo, em defesa da artista, virou trending topic no Twitter.
Taís desabafou na mesma rede onde foi ofendida e antecipou que vai recorrer à Polícia Federal (Leia o texto na íntegra ao final da reportagem). No Twitter, reproduziu o texto junto a hashtag "Não Passarão".
"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu.
Outros casos
Em julho, a jornalista Maria Júlia Coutinho também foi alvo de internautas. Na ocasião, o Ministério Público solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhasse o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Fonte: G1