Agências bancárias amanheceram com cartazes informando a greve da categoria na Avenida Francisco Glicério, centro de Campinas (SP) (Foto: Eduardo Carmim/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Agências bancárias em vários estados do país amanheceram cobertas de cartazes e devem ficar fechadas a partir desta terça-feira (6). Após assembleias realizadas na semana passada, os bancários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes poderão fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular (mobile banking), telefone, além de casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.
Os bancários pedem reajuste salarial de 16% com piso de R$ 3.299,66. A Fenaban apresentou uma proposta de reajuste de 5,5%, com piso de R$ 1.321,26 a R$ 2.560,23 (veja mais detalhes sobre as reivindicações e a proposta dos bancos no final da matéria). A proposta foi rejeitada pela categoria nas assembleias da última quinta-feira (1).
Na última sexta-feira (2), o Comando Nacional enviou um oficio à Fenaban, para oficializar a aprovação de greve nacional unificada pela categoria.
Acre
A greve atinge bancos privados e públicos de todo o estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Acre (Seeb-Ac), Edmar Batistela, a greve atinge 100% das agências, mas 30% do efetivo deve ser mantido para serviços internos, enquanto atendimento ao público foi completamente suspenso.
Alagoas
A categoria entrou em greve por tempo indeterminado no estado nesta terça-feira. Todas as agências manterão funcionando apenas o autoatendimento, segundo o sindicato local.
Amapá
Segundo o Sindicato dos Bancários (Sintraf), dos 16 municípios do estado, em sete a população não tem acesso aos serviços. O presidente do Sintraf, Edson Gomes, disse que, além de mais agências, a categoria reivindica que no Amapá ocorra contratação de funcionários. De acordo com ele, a capacidade atual dos bancos não atende à demanda em todo o estado.
Amazonas
De acordo com o Sindicato da categoria (Seebam), a estimativa é que, neste primeiro dia de paralisação, cerca de 1.300 profissionais adiram ao movimento – o que representa 42% dos bancários do estado, que conta com aproximadamente 3.500 bancários.
Bahia
Os bancários da Bahia entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, acompanhando o movimento nacional, segundo informações do Sindicato dos Bancários da Bahia. A entidade estima que, além de Salvador, a categoria também adere à greve em Lauro de Freitas, Vitória da Conquista, Barreiras, Irecê, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Teixeira de Freitas, Camaçari, entre outras cidades.
Ceará
O Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE) também aderiu à paralisação que ocorre em todo o Brasil. A paralisação foi decidida em assembleia realizada no dia 1º de outubro e atendeu o pedido do Comando Nacional dos Bancários. No Estado são mais de 700 agências e em Fortaleza cerca de 300.
Goiás
Funcionários de agências bancárias entram em greve a partir desta terça-feira (6) em Goiás. O ato, que é nacional, tem prazo indeterminado. Participam da paralisação bancários da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e de instituições privadas.
Maranhão
Os bancários do Maranhão aderiram à paralisação nacional, que atinge bancos públicos e privados. A adesão foi tomada em assembleia realizada em 28 de setembro. A categoria deve fazer um ato público no centro da capital nesta terça-feira.
Mato Grosso
Funcionários de instituições bancárias entraram em greve nesta terça-feira (6) em Mato Grosso. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB/MT), a expectativa é de que no primeiro dia de paralisação cerca de 6 mil profissionais participem do movimento grevista nacional.
Mato Grosso do Sul
Agências do estado amanheceram com cartazes informando sobre a greve. A orientação do Sindicato dos Bancários é procurar os terminais de autoatendimento. Conforme a lei, trabalhadores serão mantidos em serviços de compensação.
Minas Gerais
Algumas agências já amanheceram com cartazes informando sobre a paralisação e devem ficar de portas fechadas, de acordo com o Sindicato dos Bancários de BH e região, que representa 55 municípios. Segundo a presidente da entidade, Eliana Brasil, a expectativa é que 70% das agências não funcionem completamente.
Em Divinópolis, das 18 agências do município, 12 já fecharam as portas e as demais devem fechar até quarta-feira (7).
Pará
Os bancários de Santarém, oeste do Pará decidiram acompanhar a greve nacional da categoria que está prevista para iniciar a partir de 00h de terça-feira (6). Os quase 200 profissionais aderiram ao movimento após assembleia da categoria realizada em Belém no dia 1º de outubro.
Paraíba
Os bancários da Paraíba iniciam greve nesta terça-feira (6). A paralisação atinge tanto bancos públicos quanto privados e, segundo os sindicatos representativos da categoria, cerca de 4,5 mil bancários devem cruzar os braços, mantendo apenas o número mínimo de funcionários exigido por lei.
Paraná
De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, ao menos onze centros administrativos não abriram nesta manhã. O mesmo deve ocorrer com as agências, em especial, as centrais. A expectativa do sindicato é de que o movimento se espalhe para as agências dos bairros com o passar dos dias.
Pernambuco
Com a greve, todos os serviços internos dos bancos devem ser interrompidos em Pernambuco a partir desta terça. “O autoatendimento vai funcionar normalmente, porque a greve visa a melhoria no atendimento e nós não queremos prejudicar tanto a população”, diz o secretário-administrativo do sindicato estadual, Geraldo Times.
Piauí
Todas as agências bancárias do Piauí estarão em greve, por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (6). Os usuários terão somente os caixas eletrônicos para realizar as transações financeiras.
Rio de Janeiro
De acordo com a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), a paralisação dos trabalhadores vai atingir agências em todas as regiões do estado fluminense. O Sindicato dos Bancários do município também comunicou adesão à greve em seu site e redes sociais.
Rio Grande do Norte
Os bancários do Rio Grande do Norte entraram em greve nesta terça-feira (6) por tempo indeterminado. A paralisação afeta agências privadas e públicas de todo o estado.
Rio Grande do Sul
A greve atinge pelo menos 80% dos sindicatos do estado. Dois municípios definiram greve paralisação parcial: em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, somente os bancos públicos terão greve. Apenas a Caixa Econômica Federal vai parar em Rosário do Sul, na Região Central.
Rondônia
Cerca de 2,5 mil trabalhares atuam no setor no estado e, segundo o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO), a estimativa é de até 90% de adesão ao movimento grevista. As agências amanheceram cobertas com cartazes da paralisação e bancários estão reunidos em frente a alguns estabelecimentos.
Roraima
Agências bancárias de Roraima aderiram à paralisação nacional nesta terça-feira (6) e devem ficar fechadas por tempo indeterminado, segundo informou o presidente do Sindicato dos Bancários de Roraima, Adalton Andrade.
Santa Catarina
Bancários do estado entraram em greve nesta terça-feira, afetando agências privadas e públicas. Até o fim da semana, deve acontecer na Grande Florianópolis um ato para marcar a greve da categoria, como uma caminhada. A programação deve ser definida nos próximos dias.
São Paulo
Os bancários das 37 cidades da região de Campinas (SP) iniciaram à 0h desta terça-feira (6) uma greve para reivindicar reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Segundo o sindicato da categoria, a paralisação, que ocorre em todo o país, envolve instituições públicas e privadas. Na região de Itapetininga, 3 cidades aderiram à greve. Agências bancárias na região de Sorocaba e Jundiaí também decidiram pela paralisação.
Sergipe
Os servidores de todas as agências bancárias privadas e federais que operam em Sergipe entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (6). Apenas o Banco do Estado de Sergipe (Banese) continua funcionando normalmente no estado.
Tocantins
Conforme o presidente do sindicato local, Crispim Batista Filho, só estarão em funcionamento os serviços de autoatendimento, como pagamentos e saques. Dependendo do tempo da greve, os depósitos poderão ser comprometidos, caso haja acúmulo de tarefas para os funcionários responsáveis por rebastercer os caixas eletrônicos.
Veja os sindicatos que aprovaram a greve, segundo a Contraf (sindicatos não afiliados à Contraf também aderiram à paralisação):
ABC (SP)
Acre
Alagoas
Alegrete (RS)
Amapá
Angra dos Reis (RJ)
Apucarana (PR)
Arapoti (PR)
Araraquara(SP)
Assis (SP)
Bagé (RS)
Baixada Fluminense (RJ)
Barra do Garças (MT)
Barretos (SP)
Belo Horizonte (MG)
Blumenau (SC)
Bragança Paulista (SP)
Brasília (DF)
Camaquã (RS)
Campina Grande (PB)
Campinas (SP)
Campo Grande (MS)
Campo Mourão (PR)
Campos dos Goytacazes (RJ)
Carazinho (RS)
Cariri (CE)
Cataguases (MG)
Catanduva (SP)
Caxias do Sul (RS)
Ceará
Concórdia e Região (SC)
Cornélio Procópio (PR)
Criciúma (SC)
Cruz Alta (RS)
Curitiba (PR)
Divinópolis (MG)
Dourados (MS)
Espírito Santo (RJ)
Extremo Sul da Bahia
FETEC PR
Florianópolis (SC)
Governador Valadares (MG)
Guarapuava (PR)
Guarulhos (SP)
Horizontina (RS)
Ipatinga (MG)
Itaperuna (SP)
Jacobina (BA)
Joaçaba (SP)
Juiz de Fora (MG)
Jundiaí (SP)
Limeira (SP)
Litoral Norte (RS)
Londrina (PR)
Macaé (RJ)
Mato Grosso
Mogi das Cruzes (SP)
Naviraí (SP)
Niterói (RJ)
Nova Friburgo (RJ)
Novo Hamburgo (RS)
Pará
Paraíba
Paranavaí (PR)
Passo Fundo (RS)
Patos de Minas (MG)
Pelotas (RS)
Pernambuco
Petrópolis (RJ)
Piauí
Piracicaba (SP)
Porto Alegre (RS)
Presidente Prudente (SP)
Ribeirão Preto (SP)
Rio de Janeiro (RJ)
Rio do Sul (SC)
Rio Grande (RS)
Rondônia
Rondonópolis (MT)
Roraima
Santa Cruz do Sul (RS)
Santa Maria (RS)
Santa Rosa (RS)
Santo Ângelo (RS)
Santos (SP)
São Borja (RS)
São Miguel do Oeste (SC)
São Paulo (SP)
Sul Fluminense (RJ)
Taubaté (SP)
Teófilo Otoni (MG)
Teresópolis (RJ)
Toledo (PR)
Três Rios (RJ)
Uberaba (MG)
Umuarama (PR)
Vale do Ararangua (SC)
Vale do Caí (RS)
Vale do Ribeira (SP)
Vale Paranhana (RS)
Videira (SC)
O que pede a categoria e o que oferecem os bancos
Os bancários querem reajuste salarial de 16%, com piso de R$ 3.299,66, e Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A categoria também reivindica vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada. A categoria também pede pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança.
A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. A Federação propôs ainda PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).
Foram também propostos os seguintes benefícios: auxílio-refeição de R$ 27,43, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 454,87,auxílio-creche/babá de R$ 323,84 a R$ 378,56, gratificação de compensador de cheques de R$ 147,11, qualificação profissional de R$ 1.294,49, entre outros.
Greves em 2013 e em 2014
No ano passado, os bancários fizeram uma greve entre 30 de setembro e 06 de outubro. Os trabalhadores pediam em reivindicação inicial reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pedia aumento nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre outros. A greve foi encerrada após proposta da Fenaban de reajuste de 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 9% nos pisos e 12,2% no vale-refeição.
Em 2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.
Fonte: G1