Depois de operar com leves variações ante o real nesta sexta-feira (11), o dólar opera em alta após ser fortemente pressionado na sessão passada pela decisão da Standard & Poor's de rebaixar o Brasil para o grau especulativo, com operadores adotando cautela antes de acontecimentos importantes marcados para os próximos dias.
Às 12h10, a moeda norte-americana subia 0,99%, cotada a R$ 3,8887.
Veja cotação da moeda ao longo do dia:
Às 9h10, recuava 0,28%, a R$ 3,8396.
Às 9h30, recuava 0,51%, a R$ 3,8307.
Às 10h, subia 0,15%, a R$ 3,8562.
Às 10h29, recuava 0,09%, a R$ 3,8467.
Às 10h39, subia 0,03%, a R$ 3,8517.
Às 11h, subia 0,59%, a R$ 3,8732.
Às 11h39, subia 0,87%, a R$ 3,8842.
Nesta manhã, a moeda dos EUA chegou a recuar 0,78%, a R$ 3,8202 na mínima, mas o movimento atraiu compradores em meio às perspectivas ainda incertas.
O operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho identifica uma "busca por proteção de grande parte dos agentes diante de importantes fatos que vêm à frente", citando dados sobre economia chinesa a serem divulgados no fim de semana, a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na semana que vem e o esperado anúncio de medidas do governo brasileiro para resgatar a credibilidade da política econômica.
Preocupações com a desaceleração da economia chinesa e com a perspectiva de alta dos juros norte-americanos têm elevado o dólar globalmente, somando-se no Brasil à apreensão com a deterioração das contas públicas e com a crise política que atravessa o país.
Na noite de quarta-feira, a S&P piorou a classificação de risco do Brasil para "BB+" ante "BBB-" e sinalizou que pode colocar a nota ainda mais dentro do grau especulativo ao atribuir perspectiva negativa ao rating. O mercado espera que o governo reaja anunciando medidas para reverter a perda de credibilidade.
"O próprio mercado sabe que, se a moeda americana ensaiar um movimento de disparada mais forte, o BC deve repetir a dose de leilões de linha vistos ontem", escreveu o operador da corretora SLW, em nota a clientes, João Paulo de Gracia Correa. O movimento de disparada foi contido pela atuação do Banco Central, que anunciou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra.
Até agora, o BC apenas anunciou a continuidade da rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Véspera
O dólar fechou em alta na quinta-feira (10), depois que a agência de risco Standard & Poor's tirou o grau de investimento – o "selo de bom pagador" do Brasil. A cotação chegou a superar os R$ 3,90, mas perdeu parte da força depois que o BC anunciou leilões de dólares.
A alta também foi contida, segundo a Reuters, pela percepção de que outra agência internacional de risco, a Fitch, deve manter por enquanto o grau de investimento do país. A moeda dos EUA subiu 1,34%, a R$ 3,8504.
Na máxima da sessão, logo após a abertura, o dólar saltou 3,1% e alcançou R$ 3,9173, o maior nível intradia desde 23 de outubro de 2002 (R$ 3,92). Em outubro de 2002, o dólar atingiu seus recordes intradia e de fechamento, de R$ 4 e R$ 3,99, respectivamente, segundo a Reuters.
Na semana, a moeda tem queda acumulada de 0,26%. No mês e no ano, no entanto, há valorização de 6,16% e 44,82%, respectivamente.
A forte valorização do dólar comercial refletiu na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial. Em casas de câmbio pesquisadas pelo G1 na manhã de quinta, o dólar turismo se aproximou de R$ 4,30.
Fonte: G1