Dado aval que autoriza o pedido de recuperação judicial das empresas que compõem o Grupo JPupin, na qual sócio é o megaprodutor rural José Pupin, conhecido como o “Rei do Algodão”. A decisão foi tomada nesta sexta (4) pelo juiz André Barbosa Guanaes Simões, da 1ª Vara de Campos Verde.
O empresário José Pupin, negou quadro de crise, afirmando que sua empresa não usaria este recurso judicial, para honrar suas obrigações com os credores.
No mês de julho, a situação chegou a ser relatada pelo jornal Valor Econômico, que noticiou quem a JPupin, em Mato Grosso, estava na ‘berlinda’.
Com dívidas de R$ 898,2 milhões, Pupin, também forte no cultivo da pluma, contratou a KPMG para assessorá-la na reestruturação desse passivo. Conforme apurado e divulgado pelo Valor, o produtor já havia colocado à venda praticamente metade de suas terras para saldar as dívidas.
“São cerca de 50 mil hectares, distribuídos em fazendas localizadas em Mato Grosso, Estado que concentra quase todos os ativos do produtor. Com essa venda, ele pretende levantar ao menos R$ 700 milhões para reduzir o endividamento”, informou o jornal.
Segundo a matéria publicada pelo maior jornal de economia, negócios e finanças do Brasil, o plano de reestruturação também considera o alongamento dos débitos com os credores.
Conforme o juiz André Simões, o Grupo JPupin conseguiu comprovar que possui o direito de entrar em recuperação judicial, pois a crise nas empresas foi comprovada pelas “demonstrações contábeis dos últimos três exercícios; a relação dos credores, embora sem a indicação do endereço correspondente; o rol dos empregados; a certidão de regularidade da Junta Comercial e os atos constitutivos; a relação dos bens particulares dos sócios; os extratos bancários dos Devedores; as certidões de protesto; e a lista das ações judiciais de que são partes”.
No entanto, o magistrado negou pedido para estender a recuperação judicial aos sócios e empresas que possuem créditos a receber do Grupo JPupin. André Simões explicou que, além de não haver previsão legal para isso, o grupo não pode “buscar a defesa dos interesses de terceiros”.