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Um terço da população não tem acesso a água tratada

Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de 2,4 bilhões de indivíduos – ainda não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável, concluiu um levantamento global da Unicef e da World Health Organization (WHO) divulgado na última semana. No Brasil, as condições evoluíram bastante nos últimos 25 anos.

"O que os dados mostram é a necessidade de focar nas desigualdades como único caminho para alcançar um progresso sustentável", diz no relatório Sanjay Wijesekera, chefe da divisão de água e saneamento da Unicef.

O estudo destacou que a falta de progresso nos serviços de saneamento básico ameaça minar os avanços obtidos com o maior acesso a água potável no mundo, especialmente nas áreas de saúde pública e sobrevivência infantil.

O acesso à água potável no planeta avançou em vários países nas últimas décadas, segundo o estudo. Cerca de 2,6 milhões de pessoas passaram a acessar o recurso desde 1990, e 91% da população mundial já viu melhorias na qualidade de água que consomem para beber – e esse número continua crescendo.

"O modelo global até agora é de que os mais ricos avançam primeiro, e apenas quando eles têm acesso os mais pobres começam a evoluir. Se nós conseguirmos alcançar acesso universal à água tratada até 2030, precisamos nos assegurar de que os pobres comecem a progredir imediatamente", diz Wijesekera.

94% dos brasileiros têm acesso a água potável
No Brasil, 94% da população tem acesso a serviços de água potável. Nas cidades, esse percentual alcança 98%, contra 92% em 1990, de acordo com o relatório da Unicef. Entre a população rural, o avanço foi bem mais expressivo nos últimos 25 anos: apenas 38% acessavam redes de água limpa nestas regiões, contra 70% em 2015.

Na África-Subsaariana, por exemplo, 427 milhões de pessoas tiveram acesso – uma média de 47 mil pessoas por dia todos os dias por 25 anos. A expectativa de vida infantil teve ganhos substanciais. Hoje, menos de mil crianças com menos de cinco anos morrem a cada dia por diarreia causada por contaminação na água, ante mais de 2 mil casos 15 anos atrás.

Por outro lado, o progresso no saneamento foi barrado por investimentos inadequados em campanhas de conscientização, segundo o relatório, assim como falta de produtos acessíveis para os pobres, e normas sociais que aceitam ou encorajam fazer necessidades básicas em lugares abertos.

Embora cerca de 2,1 bilhões de pessoas tenham tido acesso a redes de esgoto desde 1990, o mundo não alcançou a meta do MDG de mais cerca de 700 milhões de pessoas. Hoje, apenas 68% da população mundial utiliza instalações sanitárias adequadas – nove pontos abaixo da meta de 77%.

As áreas rurais abrigam sete entre 10 pessoas sem acesso a saneamento adequado. "Até que todos tenham acesso adequado a instalações sanitárias, a qualidade de água será reduzida e muitas pessoas continuarão a morrer de doenças relacionadas a sua contaminação", afirmou no estudo a diretora do departamento de saúde pública, meio ambiente, Maria Neira.

Fonte: G1

Redação

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