Em julho de 2015, ‘Alice no País das Maravilhas’ completa 150 anos de publicação. Pseudônimo do reverendo Charles Lutwidge Dodgson, Lewis Carroll nasceu em 1832. Por quase meio século, trabalhou e residiu em Christ Church, uma das faculdades da universidade inglesa de Oxford, e por muitos anos foi professor de Matemática.
Em toda a sua obra, nota-se o seu lado lógico, tanto no enorme interesse cultivado pelos jogos, enigmas e paradoxos, como no prazer com que desmonta raciocínios e linguagens estabelecidas. A obra foi publicada em 4 de julho de 1865 e em 1871 Carroll publicou a continuação das histórias de Alice em Através do Espelho e o que Alice Encontrou por Lá. Além dos livros mais conhecidos, escreveu também poemas, contos e o extenso romance em duas partes Sílvia e Bruno (1889-1893), misturando realidade e fantasia.
Alice nos país das maravilhas foi publicada no Brasil em 1931, pela Editora Cia Nacional, com tradução de Monteiro Lobato. A obra vem conquistando leitores dos mais diversos, tanto em termos de faixa etária quanto de gerações, as formas de se ler Alice foram se renovando durante os 150 anos da obra. A importância de Alice sempre se renova, seja na arte, na cultura, nas viagens da imaginação.
A obra, ao ser lida e relida, sempre apresenta novos caminhos e possibilidades, desde que o leitor cultive internamente a ardente curiosidade e a busca pela diferença que Alice encontra em si mesma durante sua viagem. A obra nos convida a desafiar o racionalismo, o bom-senso e o senso comum, assim como as categorias e formas fixas do pensamento. Ela vai pouco a pouco perdendo as suas referências e conceitos sobre o tempo, a identidade, a lei, a linguagem, a moral, a lógica, a realidade, a consciência e o sentido. Ao perder essas referências, somos todos convidados a nos reinventar.
