Apesar dos desafios econômicos e políticos que o Brasil enfrenta, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) manteve nesta segunda-feira (23) em "BBB-", com perspectiva estável, a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira. O patamar é o mais baixo dentro do grau de investimento.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
De acordo com a S&P, a avaliação reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em andamento "vai continuar recebendo apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso, restaurando gradualmente a credibilidade política perdida e abrindo caminho para uma perspectiva de crescimento mais forte no próximo ano".
Rebaixamento em 2014
Há um ano, a agência rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil. À época, a agência já incorporava as expectativas de uma deterioração do cenário econômico e desajuste fiscal em 2015, em relação a anos anteriores.
A nota também incorporava as expectativas de que um segundo mandato da presidente Dilma Rousseff seria marcado por uma margem menor para o governo lidar com os problemas econômicos, e uma trajetória de instabilidade na condução de suas políticas.
A S&P também reafirmou o rating do país em moeda estrangeira e nacional, de curto prazo, em 'A-3' e 'A-2', respectivamente.
Em março do ano passado, a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de "BBB" para "BBB-", mudando a perspectiva do rating de negativa para estável.
Com esta classificação o país ainda mantém o grau de investimento, mas fica a um passo de perder o "selo de qualidade" em um novo rebaixamento. A perspectiva estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.
O Brasil segue com grau de investimento na classificação das 3 principais agências e o governo Dilma Roussef tem defendido a aprovação das medidas do ajuste fiscal para manter o selo de local seguro para investidores e, com isso, garantir a atração de investimentos internacionais ao país.
Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento, saindo do grau especulativo, quando a agência passou a classificar sua nota de crédito de "BB+" para "BBB-".
A Moody's havia sido a última agência a anunciar uma ação de rating da nota do Brasil. Em setembro, a agência alterou a perspectiva do rating dos títulos do governo brasileiro de "estável" para "negativa". Em outubro de 2013, a Moody's já havia rebaixado a perspectiva da nota da dívida do Brasil de "positiva" para "estável".
Já a Fitch reafirmou a nota "BBB" e perspectiva estável do Brasil em julho do ano passado. A agência é outro termômetro importante de avaliação de risco. A Fitch anteve a nota do Brasil em BBB, acima do grau de investimento.
Fonte: G1