Esta semana vi numa reportagem que dizia, matematicamente, que a liberação do uso de drogas diminuiria sensivelmente a violência. Convenhamos: isso não é nenhuma novidade. A grana da ilegalidade foi quem sustentou Al Capone no início do século passado. Acabando com a ilegalidade, a América erradicou sensivelmente os números da violência gerados pelo contrabando de álcool. No Brasil, nos dias de hoje, não é diferente. Aliás, a diferença é que hoje, na terra das bananas, temos milhares de Al Capones. A clandestinidade investe seu lucro para continuar mais clandestina e mais paralela. E paralelo no Brasil é mais do que oficial. Os chefes dos traficantes são os políticos, de forma direta, ou indiretamente. É triste, mas é verdade. A criminalidade está tão banalizada que candidatos à Presidência têm notícias envolvidas com grandes traficantes, como o helicóptero do pó. Aqui presidentes eleitos falam uma coisa e depois fazem outra, deixando o povo nas mãos dos mesmos traficantes que financiam suas campanhas ou milícias. Gerando o grande paradoxo, vivemos: o ser que paga impostos, cada vez mais preso e recluso, e o ladrão ou traficante, que não paga nada, cada vez mais livre e armado.
Mas tudo isso, pra esse mundo catastrófico onde o Estado não passa de mero agente fictício (não paga escola particular e plano de saúde, pra você ver; mas existem culpados: Eu, Você e todo mundo que está lendo).
Não exigimos educação pra nada, nem de ninguém. Estamos formando uma geração de idiotas no sentido figurado da palavra: nossa educação faliu.
Precisamos fazer da educação, do esclarecimento, a maior arma da transformação em todos os níveis. Precisamos de ensino para usar, em vez de grades, poesia. Precisamos de ciência para construir, em vez de prisões, escolas. Precisamos de cultura para consumir, em vez de ignorância, conhecimento. Precisamos de instrução para usar, em vez de ataduras e caixões, livros.