A corrida pelo prêmio de R$ 1, 5 milhão começa hoje no ‘BBB 15’. E para tentar levar essa grana para casa, os brothers vivem romances, discutem, convivem com pessoas com as quais não têm a menor afinidade, encaram provas de resistência e, sobretudo, se expõem em todos os sentidos. Mas será que vale a pena ter a sua privacidade devassada por dinheiro? Um dos participantes do novo time, o bailarino pernambucano Rogério Alves, de 45 anos, parece ter achado que não e desistiu antes mesmo do programa começar. Ele foi substituído por Marco Marcon, teólogo, de 35 anos. O novo participante é bom de jogo. Pelo menos de pôquer, já que ganhou um torneio em Las Vegas, em 2009.
“Se a pessoa ganhar o prêmio, vale. O problema é não ganhar. Ser famoso, com o seu direito de ir e vir prejudicado e sem dinheiro para pegar um táxi, é um problema. Não conseguir as riquezas prometidas pelo programa e ter que ser abordado no ônibus o tempo todo não é nada legal. Não passei por isso porque tinha uma estrutura financeira, mas muita gente passa”, diz André Gabeh, que participou da primeira edição do reality.
E ganhar não é fácil. Gabeh, terceiro colocado do ‘BBB 1’, duvida que exista uma fórmula para vencer. “Depende do telespectador. Um ano, o público gosta do cara safadinho, no outro cai de amores pelo conservador”, observa o cantor. Para Alberto Cowboy, que foi considerado o vilão do ‘BBB 7’, a escolha do campeão não é tão democrática quanto aparenta. “Ganhar depende da escolha da Globo e não da forma como o participante age. Isso acontece porque te filmam 24h por dia e fazem uma edição, um resumo que, muitas vezes, não reflete como foi o seu dia, a sua semana. Você pode fazer dez coisas boas e uma ruim e eles só passarem o que não foi legal. Aí, o público forma a opinião em cima daquilo. A prioridade da Globo não é o jogo, é fazer uma novela, com mocinhos e vilões, para ganhar audiência”, alfineta.
A fama de mau que ganhou no ‘BBB’ prejudicou a vida do administrador, que trocou o escritório pelos palcos e hoje ganha a vida como cantor. “Todos os meus anos de estudo foram por água abaixo depois do programa. Ia para um processo seletivo e não tinha credibilidade por ser um ex-BBB. Hoje, isso já passou, mas na época foi complicado. Existe preconceito com ex-BBB, o programa pode denegrir a sua imagem, então, sem levar o prêmio, não existe muita vantagem em participar. Mas acho que a visibilidade ajuda quem é modelo ou DJ”, analisa Cowboy.
Andressa Ganacin, do ‘BBB 13’, vê pontos positivos e negativos nessa experiência. “Tudo o que você fala lá dentro tem um peso muito grande e isso é ruim, assim como perder a privacidade. Mas, no meu caso, valeu a pena. Cheguei à final, ganhei um carro, fiz um pé de meia e ainda conheci o homem da minha vida. Tirei a sorte grande. Ter encontrado o Nasser vale muito mais do que R$ 1,5 milhão”, exagera Andressa, que abriu, em sociedade com Nasser, agora marido, um centro de estética no Recreio dos Bandeirantes.
Mesmo sem ter levado o prêmio para casa, Paula Leite, a Paulinha, tem plena certeza de que valeu muito a pena se expor diante das câmeras. “Sabia que estava me expondo, que corria o risco de falarem mal de mim. Mas as pessoas sempre falam, independentemente de programa. Perder a privacidade não foi um problema para mim, tanto é que participaria de novo caso tivesse essa oportunidade. Para mim, o ‘BBB’ não teve um aspecto negativo. Ganhei apartamento, carro, moto”, conta a loura, que emagreceu 44 quilos, é dona de uma loja de roupas femininas e está construindo um condomínio na sua cidade, Boa Vista (RR). Para se dar bem no programa, Paulinha dá umas dicas. “A estratégia para tentar ganhar ou ir longe no programa é se expor, ter opinião e não fazer figuração”, aconselha.
Outro que não tem do que se queixar é Fael Cordeiro, vencedor do ‘BBB 12’. “Com certeza vale a pena participar do programa e não digo isso só porque fui campeão. A pessoa não está cometendo um crime, nem se expondo. A pessoa apenas divide o seu dia a dia dentro de uma casa com o público. E dá para voltar a ter uma vida normal depois do programa, com ou sem o dinheiro do prêmio”, acredita o agropecuarista.
Fonte: iG