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Nove pessoas vão ser indiciadas pelo aborto e morte de grávida

Nove pessoas serão indiciadas pelo envolvimento na quadrilha que realizou o aborto em Jandira Magdalena dos Santos, de 27 anos, segundo informações da 35ª DP de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, que investiga o caso.Após as investigações desta semana, outras quatro pessoas foram indiciadas por participação no crime e tiveram o pedido de prisão decretado. Duas delas já estão presas na 35ª DP, enquanto outras duas estão foragidas.

Os cinco indiciados inicialmente pelo crime terão a prisão temporária prorrogada. Carlos Augusto Graça de Oliveira, o falso médico acusado de realizar o aborto em Jandira, se entregou nesta quarta-feira (8) na delegacia e já está preso, assim como Rosemere Aparecida Ferreira, considerada a chefe da quadrilha. Segundo as investigações, era ela quem recebia o dinheiro e marcava as consultas e pagava o restante da equipe.Vanuza Vais Baldacine, que segundo os investigadores era a motorista da quadrilha, além de Marcelo Eduardo Medeiros, que aluga o imóvel para clínica clandestina; e Mônica Gomes Teixeira, que recepcionava as clientes, também tiveram a prisão temporária prorrogada.

Emoção
A mãe de Jandira, Maria Angela, ficou feliz com a notícia da prisão do falso médico, mas diz permanecer com uma dúvida: "Estou um pouco menos dolorida com isso. Mas o que eu quero saber é: o que eles fizeram com a minha filha? Não estou aqui só pela minha filha, mas também por todas as mulheres que já passaram nas mãos deles e morreram nas mãos deles", disse."Infelizmente eu não estava lá com ela. Poderia ter salvado a minha filha se estivesse na clínica com ela", desabafou. "Minha família está em choque ainda, mas a gente tem que acreditar na Justiça do nosso país", frisou.

Filha relatou desespero
Jandira desapareceu depois de procurar uma clínica de abortos na Zona Oeste da cidade. A jovem tinha 27 anos e estava grávida de quatro meses. Jandira saiu de casa pela última vez no dia 26 de agosto. Segundo Maria Ângela Magdalena contou que a filha estava com cerca de 12 semanas de gestação e que teria decidido abortar por "desespero"."A gente é muito unido. Eu sabia [que ela estava grávida] e queria muito. Doze ou treze semanas. Ela estava muito preocupada, no desespero mesmo. Tanto que ela confiou na primeira pessoa que apareceu", disse a mãe logo após a sumiço da jovem. Ainda segundo Ângela, Jandira pagou R$ 4,5 mil para fazer o aborto.

No dia 27 de agosto o corpo carbonizado, sem as digitais e a arcada dentária, foi encontrado dentro de um carro em Guaratiba, na Zona Oeste. De acordo com a Polícia Civil, um exame comprovou a compatibilidade genética entre o corpo encontrado no carro e a mãe de Jandira. Ela foi enterrada no dia 1 de outubro.

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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