Economia

Vence nesta terça prazo para Argentina pagar nova parte da dívida

Vence nesta terça-feira (30) o prazo para a Argentina fazer o pagamento de uma nova parte de sua dívida aos credores que aceitaram renegociação. O país terá que pagar cerca de US$ 200 milhões da dívida reestruturada em 2005 e 2010. Esses credores aceitaram reembolsos de até 70% do valor nominal devido pelo governo argentino, de forma parcelada.

A primeira parte do pagamento foi depositada pela Argentina em banco dos Estados Unidos em 30 de junho. No entanto, o dinheiro foi bloqueado pela Justiça dos EUA e o país de Cristina Kirchner entrou em situação de "calote involuntário" (entenda no quadro ao lado).

Uma lei foi aprovada neste mês pela Argentina a fim de mudar a sede de pagamento da dívida para Buenos Aires, mas a medida precisaria ser aceita pelos credores. Se o depósito for efetuado novamente nos Estados Unidos e a Justiça do país bloquear o pagamento, como aconteceu em 30 de junho, a Argentina pode dar novo calote, ainda que involuntário.

O primeiro depósito está bloqueado por decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa. Cerca de 10% dos credores que não aceitaram renegociar venderam a dívida em forma de títulos a fundos especulativos, que pediram na Justiça dos EUA para obter o pagamento de 100% do valor. Esses "fundos abutres", como são apontados pela Argentina, conseguiram uma decisão favorável ao recebimento do valor integral. Com a rejeição argentina em cumprir a sentença, Griesa bloqueou o dinheiro enviado pelo governo de Cristina Kirchner a banco de Nova York destinado aos 90% dos credores da dívida reestruturada. O país, então, entrou em "calote involuntário".

O juiz Griesa determinou que a Argentina não pode realizar pagamentos aos credores que aceitaram a renegociação enquanto não pagar os fundos especulativos. Se a Argentina fizer o pagamento de US$ 1,33 bilhão aos "fundos especulativos" como determinado por Griesa, por contrato teria que igualar a oferta aos demais credores. Financeiramente, esta decisão seria impossível de ser cumprida pelo país, abalado pela falta de dólares no mercado.

G1

Redação

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