"Eu sequestrei vossas meninas. Por Alá que as venderei no mercado", disse Shekau.
Ele fazia referência às 276 estudantes sequestradas em 14 de abril em sua escola de Chibok (nordeste), no estado de Borno, entre as quais 223 continuam em cativeiro e 53 conseguiram fugir, segundo a polícia.Informações da imprensa afirmam que algumas das 223 estudantes sequestradas já foram vendidas como esposas na fronteira com Chade e Camarões a preços irrisórios (US$ 12).
"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar" acrescentou Shekau, que indicou manter as "pessoas como escravas".No vídeo, Shekau aparece em uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e de duas pick-ups nas quais estão metralhadoras.Seis homens armados estão em ambos os lados de Shekau, com seus rostos cobertos.A imagem está tremida, mas é possível ver claramente o rosto do líder islâmico, falando em hausa, árabe e inglês.
Durante os primeiros 14 minutos, Shekau critica a democracia, a educação ocidental e aqueles que não acreditam no Islã.O Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental é pecaminosa" em hausa, reivindica a criação de um Estado islâmico no norte da Nigéria.O grupo extremista deixou milhares de mortos desde o início do levante, em 2009, em ataques contra escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado e das forças de ordem.Mas este sequestro em massa de meninas é o ataque mais chocante desde o surgimento deste movimento.
Sequestro
Homens armados suspeitos de serem do movimento islâmico radical Boko Haram invadiram em 14 de abril uma escola secundária de meninas na aldeia de Chibok, no Estado de Borno, colocaram as adolescentes em caminhões e desapareceram em direção a uma área remota na fronteira com o Camarões.O sequestro ocorreu no mesmo dia em que a explosão de uma bomba, também atribuída ao Boko Haram, matou 75 pessoas na periferia da capital, Abuja, no primeiro ataque contra a capital em dois anos.
Mas a brutalidade da ação na escola chocou os nigerianos, já acostumados há muito tempo a ouvir falar de atrocidades relacionadas a insurgência islamista que dura cinco anos e está cada vez mais sangrenta. O Boko Haram é agora visto como a principal ameaça de segurança à Nigéria, principal produtor energia da África.
G1