Patrícia e o filho estavam há dois anos no Japão. Ela era casada há sete anos com um paulista, que no momento do incêndio estava no trabalho. "Meu cunhado trabalha à noite em uma fábrica. Ligaram para ele para falar sobre o incêndio. Ele me contou que ainda chegou a ver a minha irmã na janela de casa, mas ela não voltou", conta Pâmela. O casal morava em uma casa de dois andares. Os bombeiros investigam as causas do incêndio.
De acordo com o marido, os bombeiros encontraram os corpos dos dois carbonizados e abraçados. "Eles eram muito amigos, muito ligados, cúmplices". A perícia do local realizou exames de DNA para comprovar a identidade dos dois. O marido aguarda o resultado para os corpos serem liberados e cremados no Japão. Segundo a família, será feita uma cerimônia religiosa em Shiga e, depois, o marido de Patrícia deve trazer as cinzas para Fortaleza.
Segundo Pâmela, o cunhado está recebendo apoio de amigos locais. "Ele (cunhado) está totalmente sem chão. Perdeu tudo. Na casa deles, não sobrou nada", conta. A irmã de Patrícia conta que as casas são de madeira e têm piso de carpete, o que pode ter facilitado o fogo ter se espalhado. Patrícia e Arthur foram as únicas vítimas do incêndio. Os moradores das outras casas conseguiram sair a tempo.
Família
A mãe de Patrícia, que mora em Fortaleza, não consegue acreditar na tragédia. "Minha mãe está arrasada. Fica se perguntando porque ela não pulou da janela". A irmã falou a última vez com Patrícia pela internet na manhã da terça-feira (25), horário do Brasil. "Falamos coisas rotineiras. E ela me deixou um conselho 'Fica perto da família'. Ela era muito família. Nos falávamos direto."
Patrícia completaria 32 anos no próximo dia 14 de abril. A cearense foi pela promeira para o Japão em 2004. No país asiático, conheceu o marido paulista e voltou para o Brasil para ter o filho. Depois, o casal e a criança retornaram para o Japão. A família de Patrícia planejava viajar para o Japão em fevereiro de 2015. "Tudo foi frustrado".
G1