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Câmara de Ribeirão Preto desarquiva projeto que pode tornar Bolsonaro ‘Cidadão Ribeirãopretano’

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprovou o desarquivamento de um projeto que concede ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um título de “Cidadão Ribeirãopretano” em homenagem às ações dele durante a pandemia de covid-19. O requerimento foi protocolado e aprovado em plenário nesta terça-feira, 18, mesmo dia em que Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de Estado.

O título de Cidadão Ribeirãopretano é uma honraria concedida pela cidade a pessoas que prestaram serviços relevantes à comunidade.

No caso de Bolsonaro, a iniciatio presidente da Casa, Isaac Antunes (PL), ainda em 2023, justifica a concessão do título pelo apoio prestado a Ribeirão Preto, especialmente no envio de recursos para a saúde durante a pandemia de covid-19. O projeto ainda não tem data prevista para votação.

De acordo com o texto, Bolsonaro “prestou grande apoio a Ribeirão Preto; notadamente, no âmbito da Saúde, enviando recursos que foram imprescindíveis para que a cidade pudesse enfrentar os difíceis impactos trazidos pela Pandemia, proporcionando um melhor atendimento à população de nossa cidade”.

Antunes justificou a homenagem dizendo que o ex-presidente “contribuiu diretamente para que pudéssemos enfrentar os desafios impostos por essa crise com mais recursos e estrutura”.

Em 2021, Bolsonaro vetou R$ 200 milhões que seriam usados no desenvolvimento da vacina contra covid-19 “100% brasileira”, desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), anunciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O projeto ainda destaca a ida de Bolsonaro à feira de tecnologia Agrishow durante seu mandato, o que, segundo o parlamentar demonstra “atenção e consideração com a cidade e a região”.

Em abril do último ano, o ex-presidente voltou ao evento ao lado dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e afirmou que, caso não retorne ao comando do País no futuro, ele plantou sementes. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesta terça-feira, 18, o procurador-geral da República Paulo Gonet denunciou o ex-presidente e outras 33 pessoas no inquérito do golpe. Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 43 anos de prisão.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

O posicionamento de Bolsonaro também afirma que, “a despeito dos quase dois anos de investigações, (…) nenhum elemento que conectasse minimamente o (ex-) presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”.

Estadão Conteudo

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