Os comerciantes brasileiros ficaram mais otimistas em novembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 1,4% em relação a outubro, a segunda alta consecutiva, já descontadas as influências sazonais.
O índice ficou em 113,5 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Na comparação com novembro de 2023, porém, o Icec aumentou 2,9%.
Segundo a CNC, os empresários do comércio estão com expectativas positivas em relação à economia e ao desempenho das vendas no setor nas festas de fim de ano.
Na passagem de outubro para novembro, os três componentes do Icec registraram elevação. O componente de avaliação das condições atuais aumentou 0,8%, para 85,7 pontos, com altas nos itens economia (2,0%), empresa (0,5%) e setor (0,2%). O componente das expectativas subiu 2,7% em novembro ante outubro, para 145,7 pontos, com melhora nos quesitos economia (4,4%), setor (2,6%) e empresa (1,3%). O componente das intenções de investimentos teve alta de 0,1% em novembro ante outubro, para 108,9 pontos, com avanço no item contratação de funcionários (0,8%), mas queda em estoques (-0,6%) e investimentos na empresa (-0,1%).
Para a CNC, o atual cenário econômico é desafiador, devido a pressões inflacionárias e altas taxas de juros, mas o otimismo em relação aos próximos meses “está motivando os comerciantes a investir mais na contratação de funcionários temporários”. A intenção de investimentos na contratação de funcionários temporários subiu a 131,3 pontos em novembro, maior nível desde dezembro de 2022.
“Esse resultado é consistente com a percepção mais positiva dos consumidores sobre o futuro do mercado de trabalho, sendo um dos dois itens que apresentaram crescimento do índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também divulgado pela CNC”, apontou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, em nota oficial.
Confiança sobe mais entre bens não duráveis
Quanto aos segmentos do comércio, a alta na confiança foi mais acentuada no ramo de bens não duráveis, que compreende os supermercados, farmácias e perfumarias (2,3%). Houve também elevação no índice de confiança dos semiduráveis, de roupas, calçados, tecidos e acessórios, itens semiduráveis, com alta de 1,2%, mas queda em bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, -0,3%.
A CNC lembra que os bens duráveis, que abrange produtos de valores mais altos, estão mais vulneráveis ao atual ciclo de alta na taxa básica de juros, a Selic.