As projeções do mercado financeiro para a inflação no País subiram pela quarta semana seguida e já superam o teto da meta, segundo o novo Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 28, pelo Banco Central. Pelos números, a previsão para o IPCA de 2024 passou de 4,5% para 4,55%. O centro da meta é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Se essa estimativa se concretizar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai terminar a sua gestão tendo de escrever a terceira carta aberta para explicar o descumprimento da meta. Seu mandato vai até 31 de dezembro. Ainda pelo Focus, a mediana para a inflação de 2025 oscilou de 3,99% para 4% – mais próxima do teto (de 4,5%) do que do centro. Já as medianas para os horizontes mais longos permaneceram sem mudança: 3,6%, em 2026, e 3,5% em 2027.
Selic
A mediana do relatório Focus para a taxa básica de juros no fim de 2024 se manteve em 11,75% pela quarta semana consecutiva, consolidando a avaliação do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentará os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões do colegiado – marcadas para 6 de novembro e 11 de dezembro.
A estimativa intermediária para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 11,25%, após duas semanas de alta, ainda indicando que a visão do mercado é de que o BC terá pouco espaço para reduzir as taxas no ano que vem, em meio a pressões inflacionárias e à distância entre as projeções do mercado e a meta oficial que tem de ser atingida pelo BC.