Mix diário

Bradesco: Safra, poupança e salário mínimo devem amortecer impacto dos juros no crescimento

A economia brasileira conta com alguns colchões para amortecer o impacto dos juros altos e impedir uma desaceleração tão intensa do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos trimestres. A avaliação é feita pelo departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, que cita a perspectiva de alta significativa da safra de grãos no ano que vem entre os amortecedores do aperto monetário.

O relatório assinado pelo economista Marcelo Gazzano observa também que a poupança acumulada pelas famílias ao longo de 2024 pode amortecer o efeito dos juros sobre o consumo. Além disso, acrescenta, a regra de valorização do salário mínimo acima da inflação vai permitir ganhos reais para trabalhadores e beneficiários de alguns programas de transferência de renda.

Ainda assim, o banco entende que o aperto dos juros será significativo, tendo como consequência a desaceleração do PIB. Tomando como base o modelo de projeção de inflação do Banco Central (BC), a Selic necessária para colocar a inflação na meta é próxima de 13,5%. Contudo, colocando na conta a expectativa de apreciação cambial e alguma acomodação das expectativas de inflação, o Bradesco trabalha com um cenário de taxa de juros em cerca de 1 ponto porcentual menor.

Na segunda-feira, 21, o banco fez uma revisão de expectativas para as próximas reuniões do Copom, passando a aguardar uma taxa de 12,25% no inicio do ano que vem, quando o BC deve fechar o ciclo.

Comparando com outros momentos de elevação de juros, ciclos de aperto monetário geram, conforme o relatório do Bradesco, uma reação importante da atividade, com desaceleração da taxa de crescimento. Em todos os momentos em que o BC subiu os juros, o PIB desacelerou.

Ao contrário dos outros episódios de aperto, o banco pontua que o ciclo começa desta vez com a taxa de juros já em território restritivo. “Com a Selic atingindo 12,25% no começo de 2025, terminaremos esse ciclo com um dos maiores níveis de restrição monetária dos últimos ciclos”, aponta Marcelo Gazzano em seu relatório.

Estadão Conteudo

About Author

Você também pode se interessar

Mix diário

Brasil defende reforma da OMC e apoia sistema multilateral justo e eficaz, diz Alckmin

O Brasil voltou a defender a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) em um fórum internacional. Desta vez, o
Mix diário

Inflação global continua a cair, mas ainda precisa atingir meta, diz diretora-gerente do FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva disse que a inflação global continua a cair, mas que deve