Nacional

Patriota cobra explicações do governo britânico sobre detenção de brasileiro

 
“Espero a resposta à comunicação formal enviada por nós”, disse Patriota, enquanto esperava o chanceler do Níger (África), Mohamed Bazoum, no Palácio Itamaraty.
 
Na segunda-feira (19), Patriota conversou, por cerca de dez minutos, por telefone, com Hague, cobrando explicações sobre a detenção. O chanceler brasileiro mencionou que a detenção causou indignação tanto da opinião pública quanto do governo. Ele reiterou que a retenção é injustificável. O chanceler brasileiro chamou a atenção para que situações semelhantes não se repitam.
 
O governo brasileiro desconsidera a possibilidade de adotar medidas de reciprocidade consular em relação ao Reino Unido como reposta à detenção. A hipótese não é avaliada porque o caso de Miranda é isolado e único. O brasileiro é companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. O assunto é tratado pelas autoridades como tema político e, não técnico-consular.
 
No ano passado, o governo do Brasil exigiu da Espanha um tratamento respeitoso aos cidadãos brasileiros que viajam para cidades espanholas. Na ocasião, houve relatos de discriminação e maus- tratos a brasileiros. O Brasil adotou a chamada reciprocidade aumentando o rigor na entrada de espanhóis em território brasileiro. Mas, na ocasião, os especialistas avaliaram que a situação era, sobretudo, técnica, pois ocorria com frequência e de forma sistemática.
 
Porém, no caso de Miranda a área consular do governo interpreta de forma diferenciada. O caso do brasileiro, detido por quase nove horas, é considerado grave e fora do perfil. Em geral, segundo especialistas, brasileiros ficam detidos por problemas migratórios. Não há registros de dificuldades causadas por suspeitas de terrorismo.
 
O brasileiro foi detido no domingo (18), de acordo com a Cláusula 7 da lei antiterrorismo. O techo da norma permite à polícia britânica deter qualquer pessoa na fronteira do Reino Unido, sem exigência de apresentar uma causa provável, por até nove horas. O detido deve responder a todas as perguntas, mesmo sem advogado presente. É considerado crime para o detento se recusar a responder às perguntas – independentemente dos motivos – ou não cooperar plenamente com a polícia.
 
Agência Brasil

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus