Economia

Dólar tem forte queda e caminha para menor valor do ano antes de decisão sobre juros nos EUA

O dólar registrava nova queda e caminhava para seu menor valor do ano na manhã desta segunda-feira (24), chegando a ser negociado a R$ 4,735 na mínima do dia, enquanto investidores aguardam a próxima decisão sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e dados de inflação do Brasil.

Já a Bolsa brasileira tinha alta e superava os 121 mil pontos, também apoiada pelas expectativas sobre juros americanos e inflação brasileira. Além disso, investidores aguardam a divulgação de balanços corporativos de companhias do país nesta semana, como Vale, Santander Brasil e Gol.

Às 11h50, o dólar caía 0,92%, cotado a R$ 4,736, enquanto o Ibovespa subia 0,81%, aos 121.194 pontos.

Nesta semana, as atenções estarão voltadas para a decisão de política monetária do Fed, que será divulgada na quarta-feira (26). A aposta do mercado é que o banco deve realizar um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros do país, mas ainda há dúvidas sobre possíveis novas altas ainda neste ano.

"Acreditamos que a reunião do Fed na quarta-feira terá um impacto limitado sobre os mercados de câmbio, já que as próximas decisões de juros serão feitas com base na dependência de dados", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

"O resultado mais provável é um aumento de 0,25 ponto na taxa de juros, seguido por uma retórica ligeiramente mais dura. Acreditamos que esse cenário ressalta que as excelentes notícias sobre inflação nos Estados Unidos significam que o Fed pode tirar o pé do acelerador e esperar alguns meses para avaliar o desenvolvimento do mercado de trabalho e da inflação."

Se esse cenário de pausa no aperto monetário do Fed após julho se confirmar, a tendência é o dólar se enfraquecer globalmente, uma vez que investidores provavelmente realocariam recursos em mercados mais rentáveis que os dos EUA.

No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga na terça (25) o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de julho, que deve tornar mais claro o cenário de possível redução da Selic (taxa básica de juros).

Um cenário de arrefecimento da inflação no Brasil tem alimentado apostas na queda da Selic já a partir de agosto, quando ocorre a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Na sexta-feira, as taxas dos contratos futuros de juros reforçaram projeções de que o Banco Central pode cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual já no início do próximo mês.

Embora o nível atual dos juros, de 13,75%, seja apontado como um apoio para o real ao atrair investimentos para o mercado de títulos local, alguns especialistas argumentam que eventuais perdas de ingressos na renda fixa após a queda da Selic podem ser compensadas por entradas de dinheiro no país via renda variável, o que continuaria apoiando a divisa brasileira.

Além disso, alguns investidores também defendem que, mesmo que o BC comece a afrouxar a política monetária em breve, fará isso de forma gradual, de forma que os juros continuarão em nível elevado por algum tempo.

Com isso, os juros futuros registravam nova queda e davam fôlego à Bolsa brasileira. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 caíam de 12,71% para 12,69%, enquanto os para 2025 iam de 10,73% para 10,72%.

Já o Ibovespa operava no positivo apoiado pelas ações da Weg, que eram as mais negociadas e registravam os maiores ganhos da sessão com alta de 4,36%. A empresa tem operado em alta desde a semana passada após a divulgação de seu balanço corporativo, que veio melhor que o esperado.

Apoiavam o índice, ainda, altas de Petrobras (1,74%), Vale (1,96%) e Renner (3,16%), que também estavam na lista de mais negociadas da sessão.

Na ponta negativa, uma forte queda de quase 15% nas ações da IRB Brasil limitavam os ganhos da Bolsa, após a companhia ter divulgado um resultado pior que o esperado em maio. Após o anúncio do balanço, o BTG Pactual rebaixou a ação da IRB e recomendou venda, o que contribui para o movimento de baixa.

Além disso, quedas de empresas do setor de proteínas, como Marfrig (4,43%), BRF (4,32%) e JBS (2,54%), também pressionam o Ibovespa. O registro de um caso de gripe aviária em Santa Catarina vem derrubando o setor na Bolsa desde a semana passada.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários registravam alta, também apoiados pela expectativa de corte de juros no país. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiam 0,42%, 0,49% e 0,13%, respectivamente.

Apesar de estar operando em queda no Brasil, o dólar registrava alta ante outras moedas fortes, com o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante essas divisas, subindo 0,20%.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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