Investigações realizadas pela Polícia Civil em 2021, por meio da Gerência de Combate ao Organizado (GCCO), para desbaratar grupos criminosos que atuam no furto de defensivos agrícolas em Mato Grosso chegaram a 19 toneladas de produtos apreendidas, parte deles de benzoato, defensivo de comercialização proibida no Brasil.
O trabalho de enfrentamento a esse tipo de crime é desenvolvido de forma integrada com outras unidades da Polícia Civil, em virtude da dimensão territorial de Mato Grosso, e também de outras instituições, como por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal que tem sido parceira nas ações de repressão ao contrabando, roubo e furto de defensivos.
A repressão realizada nas regiões rurais do estado é constante.“Temos uma parceria muito exitosa com a Polícia Rodoviária Federal e em um estado de dimensões continentais, com a economia agrícola bem forte, as apreensões de defensivos contrabandeados são constantes, tanto que no ano passado somamos 19 toneladas apreendidas”, explicou o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.
Ele reforça que a tecnologia e a inteligência, junto ao trabalho integrado, são fundamentais para que as polícias possam avançar na repressão qualificadas a essas organizações criminosas.
Apreensões
O mês de novembro regstrou a maior parte das apreensões ao longo do ano. Em uma das investigações, a GCCO chegou à apreensão de uma carga de duas toneladas de defensivos, em Tangará da Serra. Três suspeitos foram presos em flagrante e respondem por associação criminosa, contrabando, uso de documento falso, falsidade ideológica, crime ambiental e crime da legislação aplicada a uso de agrotóxicos.
Os defensivos, entre eles 800 quilos de benzoato, estavam camuflados em embalagens de adubo foliar. Também foram recolhidos sacos de um defensivo de origem paraguaia, 'Tiamexam'.
Em outra região produtora, no norte do estado, foi apreendida mais 1,3 tonelada de defensivos. Duas pessoas, entre elas o motorista que fazia a transporte da carga e o receptador dos produtos, foram presas em flagrante por contrabando e crime ambiental em Nova Mutum.
Após informações sobre o possível transporte da carga de procedência ilícita, as equipes da GCCO e da PRF fizeram o acompanhamento da carreta até uma propriedade rural em Nova Mutum, onde os produtos seriam descarregados. No local, os policiais realizaram a apreensão da carreta e de uma caminhonete Toyota Hilux que estava com a carga de aproximadamente 1.300 quilos de agrotóxicos.
Em Primavera do Leste, outra carga foi apreendida, também em novembro, 200 quilos do defensivo agrícola de comercialização proibida no País, benzoato de emamectina. A apreensão foi realizada pela uma equipe da GCCO que, junto com a PRF avistou uma movimentação de caixas sendo descarregadas em uma residência, no bairro Primavera 2.
A pessoa que estava recebendo a mercadoria disse aos policiais que estava recebendo a encomenda para seu pai e apresentou uma nota fiscal em nome de um sócio do pai. Depois de receber autorização para entrar na residência, os policiais checaram as caixas que estavam etiquetadas indicando ser um tipo de produto agrícola, contudo, havia outra embalagem dentro das caixas cujo produto armazenado é análogo ao benzoato de emamectina, de comércio proibido no Brasil.
Já em Confresa, no nordeste do estado, a Polícia Civil apreendeu quase 30 mil quilos de produtos agrícolas importados ilegalmente. No local, os policiais da GCCO constataram que o produto, inicialmente informado como sendo fertilizante, não tinha certificação de origem e nem registro no Ministério da Agricultura da empresa fabricante. A GCCO apurou ainda que o registro no Ministério da Agricultura apontado nas embalagens não correspondia à empresa que supostamente fabricou os produtos. Em consulta na Receita Federal, a empresa informada estava com situação inativa.
No mês de outubro, em Rondonópolis, a GCCO apreendeu mais de três toneladas de defensivos agrícolas contrabandeados do Paraguai, avaliadas em mais de R$ 3 milhões. Duas pessoas responsáveis pelo transporte da carga foram autuadas em flagrante pelos crimes de contrabando e transporte irregular de agrotóxico. A ação contou com o apoio e suporte da Delegacia Regional de Rondonópolis e PRF.
Os policiais civis receberam informações sobre dois caminhões que estavam vindo do estado de Mato Grosso do Sul, carregados com defensivos contrabandeados do país vizinho. Com base nas informações, as equipes começaram o monitoramento dos veículos, assim que entraram em Mato Grosso, flagrando o momento que os dois caminhões chegaram à Rondonópolis, e pararam em um posto de combustível.