Uma mulher foi presa no fim da tarde desta quinta-feira (20), em Cuiabá-MT, acusada de tentar adotar um bebê de forma irregular. A Polícia Judiciária Civil (PJC) chegou à suspeita depois de iniciar investigação de um esquema de ‘adoção à brasileira’, em que a criança seria vendida na Bolívia. A mulher, no entanto, negou que comercializaria a criança.
Em depoimento na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a suspeita informou que conheceu a mãe do bebê no grupo de uma rede social na internet. Na ocasião, a gestante, moradora do estado de São Paulo, fez uma postagem dizendo que estava grávida de aproximadamente três meses e que tinha a intenção de abortar ou doar o filho.
A partir da publicação, a investigada fez contato com a mãe biológica da criança, oferecendo que ela viesse para Cuiabá, onde lhe daria um lugar para morar e pagaria todas as despesas com o parto e pré-natal. A gestante, que é deficiente auditiva e possui uma filha de 10 anos de idade, aceitou a proposta e veio ter o filho em Cuiabá, para posteriormente entregar para a suspeita.
Durante toda a gravidez, a gestante utilizou os documentos da investigada para fazer os exames necessários, assim como entregou a identidade da suspeita no hospital no momento do parto. A entrega da criança ocorreu em frente ao hospital assim que a mãe biológica teve alta. Em seguida, a suspeita pagou as passagens para que a mãe da criança e a sua filha voltassem para São Paulo.
Após o interrogatório, a suspeita foi autuada em flagrante pelos crimes de parto suposto, subtração ou alteração de direito de recém-nascido e abandono de incapaz, uma vez que abandonou a criança quando soube que estava sendo investigada.
Posteriormente, ela foi encaminhada para audiência de custódia junto ao Poder Judiciário. De acordo com o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, os trabalhos da equipe da GCCO e Delegacia Especializada dos Direitos e Defesa da Criança e Adolescente seguem em andamento. “É uma situação grave e, por isso, todas as circunstâncias devem ser apuradas para verificação do envolvimento de outras pessoas, assim como a prática de outros crimes”.