Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolvem uma pesquisa para avaliar o impacto dos incêndios ocorridos no Pantanal sobre a qualidade da água do Rio Cuiabá. O estudo foca em analisar a situação da estrutura e composição dos microrganismos fitoplâncton e zooplanctônicos, base da cadeia alimentar dos peixes.
A primeira coleta de materiais foi realizada antes das primeiras chuvas, entre os dias 23 e 29 de setembro, e a segunda ocorrerá quando o Rio começar a aumentar o volume de água, nos meses de outubro e novembro.
A pesquisa é feita em trinta pontos de coleta, que foram marcados através de imagens de satélites nas áreas mais afetadas pelos incêndios.
Segundo a coordenadora do projeto e professora do Instituto de Biociências, Márcia Teixeira Oliveira, o longo período de estiagem e as queimadas durante o ano fazem com que materiais poluentes fiquem acumulados no solo e, com o início das chuvas, sejam levados ao rio.
De acordo com ela, o material é composto principalmente por matéria orgânica, cinzas e lixo. Com as primeiras chuvas fortes, será transportado pela enxurrada para o rio, onde vão retirar o oxigênio da água.
'Esta situação se agrava nos locais onde a mata ciliar foi desmatada anteriormente ou foi queimada este ano, como observamos ao longo do Rio Cuiabá', explicou.
A docente destaca que o estudo contribui para a gestão de recursos hídricos e pesqueiros no Pantanal, além da proposição de ações de prevenção e manejo do fogo e para as mudanças climáticas na região.
Nas palavras dela, será difícil neste ano reverter esta situação.
As coletas estão sendo realizadas em um trecho de 440 quilômetros do Rio Cuiabá, entre o município de Cuiabá e a localidade de Porto Jofre.
Para a coordenadora do projeto, é fundamental que a elaboração e execução dos projetos e programas para os próximos anos envolvam a sociedade.