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Agricultores investem no cultivo de melancia como alternativa de renda em MT

Agricultores familiares do município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) estão diversificando a produção com o cultivo irrigado de melancia em pequenas áreas. Com a previsão de colher 42 toneladas do fruto, em um hectare, o agricultor familiar Pablo Rieger (28), juntamente com a sua mãe, Maria Marta Wolfart (54), proprietários da Chácara Foz do Iguaçu, estão colhendo nesta safra melancia com o peso médio de 14 quilos e a fruta tem todas as qualidades que o consumidor procura.

Esse é o segundo ano que a família cultiva melancia na propriedade. Pablo conta que o ano passado plantou numa área de cinco mil metros quadrados e obteve uma produtividade de 21 toneladas de melancia. Vendeu a produção por R$ 0,92 o quilo e este ano o preço pode chegar a R$ 0,95 o quilo.

“Plantamos no período da seca para ter uma boa rentabilidade e garantir bons preços com a venda do fruto”, explica.

A chácara possui uma área de seis hectares. Há pouco tempo, os produtores plantavam quiabo, abobrinha verde e pepino e entregavam para o comércio do município. Rieger fala que com a pandemia do novo coronavírus muitos restaurantes diminuíram drasticamente o movimento e por consequência, a aquisição de produtos. A fruticultura foi mais uma opção para driblar a crise e está se tornando a atividade principal na propriedade da família.

Além da melancia, os produtores estão investindo no cultivo irrigado do maracujá, abacaxi e mamão. A comercialização dos frutos é feita in natura e também industrializada com a venda de polpa.

“Mudar para a fruticultura foi uma alternativa viável para geração de renda, promoção do bem-estar e da qualidade de vida. Estou muito satisfeito em implantar essa atividade na propriedade e no próximo ano, vamos ampliar o cultivo de melancia”, esclarece.

Com a previsão de colher 80 toneladas de melancia numa área de dois hectares, os agricultores Deocleciano Rodrigues da Silva (55), e sua esposa, Luciana da Silva (47), do Sítio Nona Janda, localizado no Assentamento Wesley Manoel dos Santos, estão plantando pelo segundo ano consecutivo e a colheita será realizada no começo do mês de setembro. Eles esperam retirar frutos com um peso acima de 12 quilos.

No ano de 2019, os produtores plantaram em meio hectare e atingiram na primeira safra uma produtividade de 25 toneladas de melancia. Conforme a produtora Luciana, esse cultivo foi importante para adquirir experiência e conhecer a variedade Colt que tem um ciclo de 80 dias. O resultado foi positivo tanto na produção quanto no retorno financeiro.

“Nossa intenção é continuar com o cultivo irrigado de melancia no período da seca. Essa fruta veio pra ficar”, explica.

Proprietários de uma área de 140 hectares, os produtores do Sítio Nona Janda, plantam soja, milho e possuem criação de frangos e outros. A diversificação na propriedade é uma opção para ter rentabilidade, isso faz com que o trabalho seja realizado todos os dias da semana, de segunda-feira a domingo. A produtora Luciana destaca que seu maior desejo é tornar o sítio ainda mais produtivo e que estão trabalhando diariamente para que isso aconteça de fato.

O engenheiro agrônomo da Empaer, Thiago Tombini, fala que os produtores de Sinop estão animados com a produção de frutas sendo mais uma opção para gerar renda na propriedade rural. Ele explica que os produtores atendidos pela Empaer receberam a tecnologia e informações que auxiliou na correção do solo, introdução de materiais mais produtivos, gestão financeira da atividade, pontuando cada caso para obter produtividade e lucratividade.

“Com orientação técnica, o produtor pode produzir, diversificar e garantir renda e lucro para a sua família”, salienta.

Apreciada pelo sabor doce, leve e com mais de 90% de água em sua composição, a melancia com variedade precoce fica pronta para a colheita de 80 a 100 dias depois do plantio. Tombini fala que cada pé pode produzir até 30 quilos da fruta e em um hectare, o produtor pode colher de 20 mil a 50 mil quilos. Essa variedade precoce apresenta planta vigorosa com alto enfolhamento, alto rendimento, excelente sanidade e fácil frutificação. O peso pode chegar até 15 quilos e possui boa tolerância a queimaduras de sol e ao transporte.

 

Segundo Thiago, o sistema de fertirrigação é ideal para a geração de frutos de qualidade e o cultivo deve ser feito em épocas de poucas chuvas, de maio a setembro, para evitar a difusão de pragas. “Tudo precisa de cuidados e a irrigação tem que ser na medida certa para garantir que a planta não murche. O excesso de água pode deixar a fruta sem gosto e rachada”, pontua Tombini.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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