Desde o início da crise, triplicou o número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de buscar uma vaga por acharem que não vão conseguir. O contingente de brasileiros na condição de desalento chegou a 4,6 milhão de pessoas no primeiro trimestre de 2018, ante 1,57 milhão no primeiro trimestre de 2014.
O fenômeno de desalento é comum em períodos de longa crise econômica, quando a longa e infrutífera busca por trabalho provoca desânimo nas pessoas. O desalentado é aquele que não conseguia trabalho adequado ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou muito idoso ou não tinha trabalho na localidade que residia.
Como o desemprego é a relação entre as pessoas que buscam emprego e o total da força de trabalho, o desalento acaba muitas vezes ajudando na redução da taxa, ainda que não tenha havido melhora do mercado de trabalho. E essa influência ocorreu no primeiro trimestre deste ano, segundo o gerente de Coordenação de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Ele diz que a taxa de desemprego do país só caiu no primeiro trimestre do ano, para 13,1%, em relação ao mesmo período do ano passado (13,7%), por conta do aumento do desalento.