Mato Grosso está entre os piores estados brasileiros cujos moradores menos dominam a língua inglesa, conforme o ranking de Proficiência em Inglês (IPI), da Education First (EF), empresa internacional especializada em idiomas. O estudo aponta um nível muito abaixo de desenvolvimento de proficiência – sendo de 45,40 pontos num máximo de 100.
Pela ordem, os três primeiros lugares ficaram com os estados de Distrito Federal (DF), com média de 73,73 – nível moderado – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Região Sul) e São Paulo (SP).
Os testes, que são disponibilizados online, avaliaram a gramática, vocabulário, leitura e compreensão e foram realizados em 63 países e territórios que não têm o inglês como idioma nativo.
Conforme o levantamento, a colocação de Mato Grosso mostra que o estado está enfraquecido em termos de aprendizado, uma vez que fica abaixo da média nacional. Também por este motivo, o Brasil é considerado um país de baixa proficiência, ocupando a 40° posição de um ranking de 80 países. Segundo o índice, a maioria dos brasileiros adultos não tem boa proficiência na língua estrangeira.
Brasil
O Brasil manteve um nível baixo em índice internacional de proficiência na língua inglesa e deixou a lista dos 40 primeiros colocados, apesar de um crescimento pequeno.
A listagem, feita pela instituição global EF (Education First), mostra que o país ainda patina quando o assunto é desenvolvimento no inglês.
O Brasil foi de 50,66 em 2016 para 51,92 neste ano. A pontuação é de 0 a 80, com base em exame gratuito feito on-line.
O líder no índice foi a Holanda, com 71,45. Segundo a EF, mais de um milhão de participantes fizeram o exame nesta edição.
A despeito do crescimento de 1,26 ponto, o Brasil perdeu uma posição, caindo de 40º para 41º entre os 80 países participantes. Sete novos países entraram no ranking neste ano: África do Sul, Nigéria, Grécia, Angola, Bangladesh, Camarões e Cuba. As três primeiras estão a frente do Brasil -porém, tanto na África do Sul quanto na Nigéria, o inglês é língua oficial, apesar de existirem outros idiomas em uso.
Ainda assim, o país ficou atrás de países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo, como Filipinas, República Dominicana e Vietnã. As faixas de classificação por pontuação no índice são "muito alta", "alta", "moderada", "baixa" e "muito baixa".
O Brasil está qualificado como baixa proficiência, faixa predominante na América Latina.
CENÁRIO
A estagnação não é novidade. Em 2015, a pontuação foi de 51,05 e o mesmo 41º lugar deste ano.
A pequena evolução do Brasil em 2017 é "estatisticamente insignificante", diz David Bish, diretor de gerência acadêmica da EF. Para ele, a principal medida a ser feita para mudar o cenário é dar suporte educacional aos professores da língua no país. "Isso passa por tecnologia, com o acesso à mídia em inglês, como vídeos no YouTube, por exemplo, boa implementação das mudanças da reforma curricular. Se eles forem capacitados e oferecerem ferramentas aos estudantes, isso é muito poderoso."
Entre as Unidades da Federação, o Distrito Federal alcançou o melhor índice, ficando com 53,73 -nível moderado. É acompanhado na faixa pelos Estados do Sul e São Paulo.
O nível do DF é próximo ao resultado da Itália na lista mundial. Já o do Mato Grosso, último entre as unidades com amostragem o suficiente para figurar na lista, é de 45,40, próximo ao de El Salvador, que figura na faixa "muito baixa" de nível de proficiência. São Paulo, com 52,89, tem índice comparável ao de Costa Rica.
Em nível municipal, nove municípios tiveram avaliações o suficiente para entrar na lista de maneira individual. Brasília, Campinas (SP), Curitiba, São Paulo, São José dos Campos (SP) e Recife estão na faixa moderada. Rio, Belo Horizonte e Salvador têm média baixa.
Luciano Timm destaca que algumas medidas capazes de levar a avanços já têm sido implementadas em âmbito local, como o ensino à distância oferecido pelo governo do Amazonas para alcançar populações com limitações geográficas e a oferta de banda larga nas escolas públicas, como a prometida recentemente pelo governo Alckmin em São Paulo. "Por que não fazer a mesma coisa em âmbito nacional?", pergunta Timm.