Economia

Bovespa fecha em alta de 2%, acima dos 70 mil pontos

principal índice de ações brasileiras fechou em alta de mais de 2% nesta terça-feira (22), superando pela primeira vez em mais de 6 anos o patamar de 70 mil pontos. O avanço dos papéis da Eletrobras foram o grande destaque do dia, com valorização de quase 50% nos papéis ordinários, após o governo anunciar plano de vender o controle da estatal de energia elétrica.

O Ibovespa subiu 2,01%, a 70.011 pontos, no maior patamar de fechamento desde 19 de janeiro de 2011, quando encerrou a 70.058 pontos. Veja a cotação

No ano, o índice acumula alta de 16,24, Somente na parcial de agosto, o Ibovespa tem valorização de 6,2%.

Eletrobras dispara quase 50%

As ações ordinárias da Eletrobras, que dão direito aos acionistas voto nas assembleias, subiram 49,3%, para R$ 21,20. Já as ações preferenciais, que dão aos acionistas prioridade no recebimento dos lucros da empresa, avançavam 32,08%, a R$ 23,55.

Com a disparada dos papéis, a Eletrobras ganhou R$ 9,13 bilhões em valor de mercado em um único dia, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.

Plano de privatização

O passo do governo em relação à estatal de energia elétrica foi bem recebido por agentes de mercado, que veem uma sinalização de diminuição do tamanho do Estado.

O governo anunciou na véspera plano de vender o controle da Eletrobras, em movimento que pode gerar uma arrecadação de até R$ 20 bilhões para a União.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, informou nesta terça-feira que a hidrelétrica de Itaipu, administrada pelo Brasil junto com o Paraguai, e a Eletronuclear, subsidiária à qual estão vinculados os projetos na área de energia nuclear, deverão ficar de fora da privatização da Eletrobras. O ministro disse também que, com a privatização, as tarifas de energia podem cair no médio prazo para o consumidor.

Repercussão
Em nota, a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) avalia como "corajosa" a decisão do governo. "Além de contribuir para o ajuste das contas públicas, a privatização da Eletrobras sem dúvida representará um marco para o setor elétrico no Brasil, com ganhos inclusive para os consumidores, na medida em que pode resultar em redução do preço da energia elétrica graças aos ganhos de eficiência", disse.

A equipe do Credit Suisse destacou que a a proposta de perda de controle por aumento de capital não precisaria ser aprovada pelo Congresso, o que, em tese, facilitaria sua execução. "A ideia de diluição de controle nos parece ser a mais viável, na situação de uma verdadeira tentativa de turnaround na empresa, já que as restrições de empresa estatal e os passivos históricos da companhia impedem uma gestão mais efetiva atual", escreveu.

Já a agência de classificação de risco Moody's disse que o plano de privatização é um fator de crédito negativo para a estatal, já que traz incertezas sobre o apoio governamental em momentos de necessidade e cria distrações "que podem prejudicar outras iniciativas, incluindo a estratégia de reestruturação da companhia iniciada em novembro passado", destaca a Reuters.

Outros destaques do dia

Os outros destaques de alta no dia foram os bancos e a Petrobras.

Banco do Brasil ON teve alta de 4,41%, na esteira da divulgação da desestatização da Eletrobras, com expectativas de que o governo possa reduzir também a participação em outras empresas que controla, destaca a Reuters. Itaú Unibanco PN avançou 2,12% e Bradesco PN ganhou 2,26%.

Petrobras PN avançou 3,37% e Petrobras ganhou 3,7%, também amparadas no bom humor com a notícia de diluição da fatia do governo na Eletrobras.

Cemig PN subiu 8,58%, Segundo operadores, os ganhos foram sustentados por expectativa de que o leilão de usinas operadas pela empresa possa ser adiado com a desestatização da Eletrobras. Na véspera, uma decisão liminar suspendeu o leilão agendado para 27 de setembro, no qual a União pretende oferecer a investidores a concessão de quatro hidrelétricas operadas pela Cemig, cujos contratos expiraram.

No fronte político, a expectativa para esta terça-feira era pela votação da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) que vai substituir a TJLP, embora perto do fechamento do pregão, a comissão mista que analisa a proposta tenha sido encerrada sem votação.

O término da sessão causou protestos da base aliada do governo do presidente Michel Temer, que buscava um meio de destituir presidente da comissão mista, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), para reabrir a sessão e votar a MP.

De acordo com o ministro, a proposta de privatização vai ser entregue nesta quarta-feira (23) para o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), órgão do governo Michel Temer que trata de privatizações e concessões. O envio da proposta é um passo inicial do processo.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26