Economia

China desiste de ser o campeão mundial de investimento no futebol

A China dá um passo atrás na luta para o título de maior investidor no futebol europeu e proibiu as empresas chinesas de ir a jogo no investimento em clubes estrangeiros. O Conselho de Estado colocou formalmente os clubes desportivos na lista de restrição de investimento no exterior, noticia a Bloomberg.

A alteração na estratégia chinesa tem como objetivo diminuir a fuga de capital chinês para o estrangeiro com o objetivo de proteger o yuan de uma quebra. O governo chinês mostra-se atento ao que denominou de “investimentos irracionais” depois de nos últimos quatro anos, o investimento chinês ter acelerado no mercado desportivo, impulsionado pelo próprio governo. O presidente Xi Jinping anunciou em 2015 um plano que visava transformar a China numa potência mundial do desporto que o próprio jogou enquanto estudante.

Seguindo a ambição de Xi, os principais grupos chineses, privados e estatais, responderam ao governo, comprando participações em clubes quer na China quer na Europa. Os investidores chineses adquiriram participações em cerca de 29 clubes de estrangeiros, como por exemplo o consórcio Wanda Group, presidido pelo homem mais rico da China, Wang Jianlin, 20% do Atlético de Madrid.

AC Milan e Birmingham City são outros dos exemplos de clubes europeus com participação chinesa, enquanto na China os principais clubes gastaram milhões de dólares na captação de estrelas mundiais. Alguns foram mais longe e adquiriram mesmo clubes desportivos: o Southampton Football Club foi recentemente comprado pelo magnata Gao Jisheng. O West Bromwich Albion e o Aston Villa também já constavam na lista de clubes britânicos sob controlo chinês.

A Fosun, que comprou os Wolverhampton Wanderers no ano passado, já reagiu e mostrou-se de acordo com a opção de Xi Jinping.

“Se não tomarmos algumas medidas, os estrangeiros nos verão como” pessoas burras com muito dinheiro “, disse o presidente do Fosun, Guo Guangchang no mês passado. “O recente escrutínio ao investimentos no estrangeiro e irregularidades financeiras é necessário, oportuno e pode erradicar muitos investimentos irracionais”.

Redação

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