Política

Desembarcar da base de Temer não mudaria em nada o País, diz Leitão

O PSDB decidiu continuar na base do Governo Michel Temer (PMDB), em reunião realizada nesta segunda-feira (13), em Brasília. O foco da decisão é a viabilização das reformas em andamento no Congresso Nacional e o apoio ao presidente na emissão de ação criminal por suposta negociação de propina com a JBS.

“Desembarcar não mudaria o Brasil, a situação não melhoraria em nada. Então, deixamos para pensar a saída do Governo depois. Agora, temos foco no andamento das reformas [Trabalhista, Previdenciária e Política] e no processo do STF (Supremo Tribunal Federal), caso o procurador-geral [Rodrigo] Janot oferece denúncia”, disse o deputado Nilson Leitão, presidente do Diretório de Mato Grosso.

Governadores, prefeitos, ministros e líderes políticos do partido participaram da reunião de ontem. Segundo Leitão, o PSDB tenta viabilizar a Reforma Trabalhista até a próxima semana para dar sustentação ao Governo Temer, que, diz ele, conseguiu inverter o quadro econômico do País nos últimos meses.

“Estamos vendo a inflação cair, os juros caírem, o desemprego cair, e a saída do PSDB da base não iria ajudar a incrementar esse cenário. Precisamos votar as reformas para ajudar o país a voltar a crescer”, declarou ao Circuito Mato Grosso.

“E no caso de Mato Grosso, é inegável que a relação com a União mudou no governo Temer”.

Governadores, parlamentares e ministros tucanos atuaram para aplacar a cobrança de integrantes da sigla que pressionavam pelo rompimento com o Governo e a entrega dos cargos ocupados pelo PSDB na gestão Temer.

Durante o encontro, Alckmin afirmou que a legenda deveria permanecer no Governo até a conclusão da pauta de reformas de Temer. Para o paulista, a manutenção do apoio do PSDB a Temer deveria estar associada à urgência dessa agenda.

A mesma posição foi defendida pelo senador José Serra (SP), que pediu cautela para evitar que o partido se tornasse mais um fator de instabilidade para o País, e por governadores, como Marconi Perillo, de Goiás, e Beto Richa, do Paraná.

"É difícil deixar de apoiar um presidente com base no 'possivelmente'", afirmou Richa, em referência à provável denúncia por corrupção que deve ser apresentada contra Temer pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

O presidente do partido, Tasso Jereissati, destacou que o país vive a "pior crise" de sua história, fez uma autocrítica e apontou que a sigla deve retomar o compromisso com a ética.

Crise tucana

Os tucanos fizeram menção indireta à crise interna vivida pelo partido, a partir das acusações feitas contra o presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, como um fator de fragilidade da legenda.

Alckmin disse que o partido deve apoiar a Lava Jato e confiar na Justiça para punir os culpados e inocentar aqueles que não cometeram crimes.

O governador paulista, que também é citado na Lava Jato, defendeu ainda a antecipação de eleições internas no PSDB para eleger uma nova direção. Nos bastidores, Alckmin se movimenta para ocupar espaços do grupo de Aécio na estrutura partidária.

Alvo de uma decisão de afastamento do cargo pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Aécio teme ser retaliado pelo PMDB de Temer caso seu partido deixe a base governista. O senador é alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética depois de ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo R$ 2 milhões e dando sinais de que pretendia frear as investigações da Lava Jato. 

Com FolhaPress

Reinaldo Fernandes

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