Cidades

Secid não deve seguir relatório do MPF e vai autorizar demolição de imóveis

Foto Ahmad Jarrah

A Secretaria de Estado de Cidades (Secid) não deve acatar análise técnica sobre demolição de imóveis na Ilha da Banana, em Cuiabá, e autorizar o início dos trabalhos nas próximas semanas. O secretário Wilson Santos (PSDB) disse que o laudo mais recente não corresponde à situação geológica real da área, invalidando representação do Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT).

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secid. A autorização para a demolição de 11 dos 15 prédios na Ilha localizada em frente a Igreja São Benedito, na Capital, pode sair ainda esta semana.

“Respeitamos o Ministério Público Federal, mas temos a autorização do órgão competente para tal ação e o Governo decidiu que não vai obedecer a essa determinação”, disse.

A Secid havia anunciado a autorização para que o Consórcio VLT iniciasse a demolição dos prédios há trinta dias, mas a decisão foi suspensa após recomendação do MPF.

Segundo a assessoria do órgão, à época da recomendação, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) não havia apresentado documentação de alvará à demolição, o que impediria os serviços.

A documentação foi apresentada poucos dias depois e o MPF-MT reforçou a recomendação de suspensão das demolições. “O MPF viu que não há condições de realizar as demolições na situação atual da Ilha da Banana, por isso pediu a suspensão”, informou a assessoria.

O MPF-MT também havia solicitado ao corpo de peritos do órgão uma nota técnica com o objetivo de esclarecer se a área no entorno do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Cuiabá, onde será implantado o VLT e também a revitalização do Largo do Rosário, é patrimônio cultural que merece proteção.

Além disso, os peritos também irão avaliar se a implantação do VLT poderá colocar em risco a integridade física dos bens tombados na região, por causa das escavações e fundações necessárias para a execução das obras.

Conforme Wilson Santos, há explicações técnicas que sustentam a segurança estrutural do solo.

“O ônibus ele só distribui o peso por dois eixos, o VLT em oito, até 15 eixos. No Rio de Janeiro você vê o VLT passando a um metro de paredes históricas e não coloca em risco”, disse.

Ainda conforme o secretário, o governo planeja fazer a demolição da área independentemente da implantação do VLT, cujos trilhos devem passar por onde estão construídos os imóveis. Hoje, o acordo com o Consórcio VLT está travado pela Justiça Federal, que deve analisar a viabilidade da retomada em junho. 

Com informações do Diário de Cuiabá

 

Leia mais

Imóveis na Ilha da Banana devem ser demolidos em 30 dias
Ilha da Banana abre demolição de 199 imóveis para a implantação do VLT
Justiça determina saída de morador da Ilha da Banana
Dependentes químicos na linha do VLT

Reinaldo Fernandes

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.