Dos 2.391 coletes à prova de balas da Polícia Civil do Distrito Federal, 966 estão vencidos – 40,4%. Itens usados por agentes escalados para fazer a custódia de presos na manhã desta segunda-feira (7), durante paralisação parcial da categoria, tinham como data de validade 3 de março de 2014, por exemplo. A corporação disse que vai fazer novo pregão para compra de 1,8 mil novos coletes em 15 de dezembro.
De acordo com o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, há coletes vencidos desde 2012. Ele afirma que os itens foram testados e apresentam "capacidade de resistência boa".
Segundo explica Seba, o colete é composto por uma placa balística e um tecido. O prazo de validade, diz, é para o tecido. O policial afirma que a placa não "vence" e que é ela quem protege os agentes de balas. Atualmente, a corporação tem 4,3 mil policiais, o que dá em média um colete para cada dois profissionais.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Rodrigo Franco, critica a situação. “O Estado deve garantir equipamentos de proteção individual para o trabalhador policial civil. Nossa atividade é de risco. Os coletes, as armas e as algemas são oferecidas pelo Estado, que tem a obrigação de dar condições mínimas de trabalho. Nossa vida é nossa integridade física estão sob risco a todo momento."
A licitação de 15 de dezembro também vai incluir, pela primeira vez, coletes adaptados a mulheres. Se os vencidos foram substituídos, a quantidade continuará sendo inferior ao número de agentes.
“Neste pregão, a gente vai conseguir não só comprar os coletes para a substituição dos vencidos, como vai ser a primeira vez na polícia que a gente vai conseguir fazer uma licitação de coletes anatômicos, para mulheres”, disse o diretor.
Paralisação
Policiais civis do Distrito Federal cruzaram os braços nesta segunda-feira (7) em protesto contra a cessão de 115 agentes para a Subsecretaria do Sistema Penitenciário. A greve dura 72 horas. Com isso, o transporte de presos para delegacia e visitas a detentos. Também deixam de ser executadas as diligências para o cumprimento de cerca de 11 mil mandados de prisão em aberto.
A cessão dos agentes foi firmada com o Ministério Público. De acordo com a organização, o acordo fere a Lei Federal 13.064/14, que determinou o retorno dos servidores à Polícia Civil. Reportagem do G1 mostrou que categoria tem déficit de 47% profissionais e nem mesmo os concursos em andamento conseguiriam compensar a falta. Uma nova assembleia foi convocada para a quarta-feira.
Fonte: G1