Jurídico

Viúva confessa que mandou matar marido, mas nega ter dado ‘aval’ para executores

Durante oitiva nesta tarde de quinta-feira (24), a empresária Ana Claudia Flor confessou que mandou matar o marido, Toni Flor. Entretanto, afirma que não deu o “aval” para o executor Igor Espinosa atirar contra a vítima. O homicídio ocorreu em 2020, quando Toni iria treinar em uma academia, em Cuiabá.

Segundo Ana Claudia, ela sofreu diversas agressões durante seu casamento, que durou 15 anos. O relacionamento conturbado teve várias idas e vindas, além de Toni ser bastante agressivo, especialmente quando ingeria bebidas alcoólicas.

No entanto, a empresária conta que o estopim ocorreu em um dia em que Toni pegou uma faca e avançou contra ela e a filha mais velha.

No dia seguinte, Toni saiu para trabalhar e Ana aproveitou para pegar as filhas e se esconder na casa da amiga Ediene Aparecida, que não ficava no local durante o fim de semana.

Foi nesse momento, em uma conversa com a colega Ediene, que começou o contato com Igor Espinosa, Wellington Honorio Albino e Dieliton Mota. Aldina teria dito que “poderia dar um jeito na situação”.

“Acho que eu posso resolver isso pra você. Tem uma pessoa que faz. Eu até achei que era para dar uma surra, achei que era uma coisa de facção, Comando Vermelho, porque não aceitam bater em mulher”, disse.

Os suspeitos então ligaram para Ana e questionaram se ela só queria que matasse o marido por conta das agressões, pois eles não matariam se envolvesse amante ou intenção de ficar com o dinheiro do cônjuge.

“Mas por que a senhora quer fazer isso? Porque eu acho que vou morrer, ele vai me matar. E ele pode me matar e matar minhas filhas. A senhora tem certeza? Eu disse que sim”.

Contudo, Ana se arrependeu da decisão e afirma que não entrou em contato com os executores. Ela aponta ainda que voltou com Toni e até mesmo viajaram juntos.

Ainda de acordo com o depoimento, ela não “deu o aval” para que os executores matassem Toni, e eles teriam feito isso por conta própria.

“A situação dele ir pra academia, eu não dei dia, não dei localização, não dei hora. Eu voltei pra minha casa seguindo minha vida normal, esqueci da burrada que eu tinha falado. Segunda-feira ele estava em casa e não ia ter treino. O professor ligou e falou ‘tem aula aqui com o pessoal de manha’. E ele foi, eu não sabia que ele ia. Eles estavam olhando Toni por conta deles, não por minha causa”, afirma.

O caso

Toni Flor foi morto a tiros quando chegava para treinar pela manhã na academia, em Cuiabá. O caso foi registrado em agosto de 2020, sendo que a viúva do empresário é a principal suspeita de encomendar o assassinato.

O primeiro preso, Igor Espinosa, deu detalhes de como executou a vítima, incluindo como fez a negociação com Ana Claudia.

Ele estava sentado no meio-fio da academia, no bairro Santa Marta, quando abordou o empresário dizendo “perdeu”. Em seguida, disparou 5 vezes contra a vítima.

Depois fez uma videochamada com Ana Claudia e mais dois intermediadores. O acordo era R$ 60 mil, distribuídos em R$ 20 mil para cada um dos envolvidos no crime.

Redação

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