Tiago Henrique responde por mais de 30 mortes, em Goiânia (Foto: Tribunal de Justiça do Estado de Goiás)
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, que responde por mais de 30 homicídios, em Goiânia, enfrenta o quarto júri popular na manhã desta terça-feira (29). Desta vez, ele será julgado pela morte da estudante Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos, baleada em janeiro de 2014.
Tiago Henrique já foi condenado por três homicídios, sendo que para cada um pegou 20 anos de reclusão. Além disso, ele já havia sido condenado por assaltos a uma lotérica e por porte ilegal de arma de fogo. O vigilante está preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
A sessão desta terça-feira, que será presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, ocorrerá no 1º Tribunal do Júri, no Setor Oeste, a partir das 8h30. Segundo a assessoria do magistrado, a defesa do vigilante entrou com um pedido para que ele não compareça ao julgamento, o que foi aceito.
Ao G1, o advogado de defesa Hérick Pereira de Souza disse que Tiago Henrique preferiu não comparecer. "Ele disse que não se sente bem e não quis estar presente. Eu até o orientei que é uma boa oportunidade para que ele apresente a versão dele dos fatos, mas ainda assim ele preferiu não vir. Assim, fiz o pedido ao juiz, que deferiu", explicou.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pede a condenação do vigilante por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa para Arlete. O laudo de confronto microbalístico comprovou que o projétil que matou a jovem é da arma encontrada pela Polícia Civil em poder do acusado.
Segundo o processo, a estudante estava na residência de uma amiga quando resolveu voltar sozinha para casa a pé, na noite do dia 28 de janeiro de 2014. Ao passar pela Rua Potengui, no Bairro Goiá, ela foi abordada pelo vigilante, que estava em uma motocicleta. Ele efetuou os disparos e fugiu sem levar nada.
Condenações
No último dia 16 de fevereiro, Tiago Henrique teve o 1º júri popular pela morte de Ana Karla Lemes da Silva, de 15 anos. A adolescente foi morta no dia 15 de dezembro de 2013 com um tiro no peito, em uma rua do Setor Jardim Planalto, na capital. Ele foi condenado a 20 anos de prisão.
Após a condenação, a mãe de Ana Karla, a cozinheira Ironildes Lemes, de 59 anos, disse que está aliviada. "Eu achei maravilhoso e espero que ele apodreça na cadeia, pois ele não matou apenas a minha filha, mas também outras moças, mendigos. Ele tem que morrer na cadeia", afirmou.
"Graças a Deus, com a condenação, a justiça foi feita. Estou agradecida, pois a gente estava com medo de que ele fosse solto e saísse por aí matando mais pessoas", ressaltou Ironildes.
A segunda condenação de Tiago Henrique ocorreu no dia 2 de março de março pela morte da auxiliar administrativa Juliana Neubia Dias, de 22 anos, assassinada em julho de 2014.
A jovem foi morta quando estava dentro do carro com o namorado e uma amiga. O júri popular acatou a tese apresentada pelo promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos, de que o vigilante cometeu homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e o condenou a 20 anos de prisão.
Já a terceira condenação foi pela morte da estudante Ana Rita de Lima, de 17 anos, ocorrida em dezembro de 2013. O júri popular, realizado no último dia 17, considerou que ele cometeu homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. Assim, o sentenciou a 20 anos de reclusão.
Além dos homicídios, a Justiça condenou o suposto serial killer a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, em Goiânia.
O vigilante ainda possui uma condenação a 3 anos de prisão em regime aberto e ao pagamento de multa pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Neste caso, a pena foi revertida por prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 788.
Fonte: G1