Cidades

Vereador que protestou contra Dilma está preso por corrupção

O vereador Nabor Afonso Arruda (PMDB), defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e manifestante contra a corrupção política, está preso há dez dias no Complexo Penitenciário Canhanduba, em Itajaí (97,6 km de Florianópolis). Segundo seu chefe de gabinete, Luciano Sens, ele participou dos protestos contra o governo "como cidadão comum".

O parlamentar, que há 19 anos trabalha como auditor fiscal da Prefeitura de Itajaí, foi alvo de investigações da Operação Dupla Face do Gaeco (Grupo Especializado no Combate do Crime Organizado), que descobriu um esquema municipal no imposto de transação imobiliária, além da venda de facilidade às empresas que necessitassem de alvarás e licenças públicas. Antes de negociar facilidades, os envolvidos criariam as dificuldades nos licenciamentos.

Segundo o Gaego, eles também manipulavam as cobranças do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens de Imóveis). Os valores seriam reduzidos para aqueles que pagassem propina. A investigação aponta que o esquema era encabeçado pelo ex-procurador geral do município Rogério Nassif Ribas, pelo ex-secretário da Fazenda Marco de Andrade e por Afonso Arruda.

O Gaeco tem provas de 50 cobranças do ITBI engavetadas nos últimos três anos. Até o momento, foram expedidos 40 mandados de busca e apreensão e somadas 13 prisões, nove de servidores públicos. Além dos três possíveis mentores, foram presos o ex-secretário de Planejamento Orçamento e Gestão Douglas Cristino, o secretário de Urbanismo, Paulo Praun, o de Habitação, Sadi Antonio Pires, o coordenador de Urbanismo, Sérgio Ardigó, o técnico da Secretaria de Urbanismo Hemerson Ricardo da Fonseca e o irmão do vereador Afonso Arruda, o arquiteto Tito Arruda.  Os únicos afastados dos cargos foram o ex-secretários da Fazenda e o secretário de Obras, Tarcizio Zanelato.

O gabinete do vereador Arruda entregou na Câmara um pedido de afastamento de 31 dias. No último dia 17, a juíza titular da 1° Vara Criminal da Comarca de Itajaí, Sônia Moroso Terres negou o pedido de liberdade provisória ao vereador.

Seu advogado, Claudinei Fernandes, disse que a motivação da prisão "não tem fundamento". "Entendo que é ilegal e entrei com pedido de habeas corpus. Não posso revelar mais detalhes porque o processo corre em segredo de Justiça", disse.

Fonte: UOL

Redação

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