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Por Exame.com
No desespero, empresas intermediárias entre devedores e credores que oferecem limpar o nome sujo em um passe de mágica são tentadoras. Mas esses serviços não cumprem a promessa em 60% dos casos, como mostra uma pesquisa realizada com pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O levantamento ouviu 602 consumidores inadimplentes ou ex-inadimplentes em todo o Brasil. Entre os entrevistados que contrataram uma empresa e não tiveram o nome limpo, apenas 28% conseguiram recuperar o dinheiro pago pelo serviço. Ou seja, ficaram ainda mais endividados ao tentar se livrar dos débitos.
Menos da metade sabia quanto gastou com a empresa para limpar o nome e, entre os que sabiam, 36% pagaram até 1.000 reais.
“Contratar uma assessoria para limpar o nome sujo é arriscado e desnecessário. Muitas empresas prometem liquidar com a dívida sem esforço do consumidor, o que é tão impossível quanto prometer limpar os pontos da carteira de habilitação ou trazer o amor da vida”, orienta o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
A empresa credora é a única que pode limpar o nome do devedor, só depois do pagamento da dívida. Para isso, o melhor caminho é, primeiro, organizar tudo que você ganha e gasta para enxergar com clareza onde dá para economizar. O segundo passo é procurar a empresa para renegociar a dívida.
“Faça as contas do quanto você realmente pode oferecer e apresente uma proposta realista”, ensina Vignoli. Você pode propor o parcelamento da dívida e a redução do Custo Efetivo Total (CET), que inclui os juros e outras taxas embutidas no contrato.
Tenha cuidado para não contratar um crédito mais barato para pagar a dívida e ainda assim continuar muito endividado. “Ao contratar um novo crédito, você zera o histórico da dívida e pode ter mais dificuldade para negociá-la”, explica a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim.