Por pouco a carta que o presidente Michel Temer enviou nesta segunda-feira ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não foi na mesma data daquela que ele mandou para Dilma Rousseff, no ano passado, dizendo se sentir um “vice decorativo”.
Em 7 de dezembro de 2015, um envelope lacrado foi entregue à então presidente, no Palácio do Planalto, às 18h30. “Que coisa estranha!”, exclamou ela, na ocasião. Na missiva, Temer reclamava da “absoluta desconfiança” da petista e do seu entorno em relação a ele e ao PMDB.
A Janot, agora, o presidente se queixa dos vazamentos de delações premiadas à força-tarefa da Lava Jato, que arrastaram a cúpula do governo, e também o PMDB, para uma crise sem precedentes.
Temer é um homem que gosta de escrever cartas. A Dilma, ele iniciou a correspondência com uma citação em latim — “Verba volant, scripta manent” –, que significa “as palavras voam, os escritos permanecem”. Ao procurador-geral da República, porém, a erudição ficou de lado, mas não o formalismo jurídico. Mesmo porque a carta, com três folhas, foi escrita em forma de “requerimento administrativo”
Fonte: Estadão