A cozinheira Aldilene Maria de Santana, 50 anos, tentou comparecer à cerimônia de sepultamento, mas não conseguiu. "Ontem [domingo, 17] tinha muita gente e também só a família podia chegar perto, né?", explicou. "Mas tive que vir hoje, por tudo que ele representou para Pernambuco.Votei nele duas vezes para governador e queria muito ter votado nele para presidente", lamentou.
Ela e cerca de 10 pessoas estavam ao redor do túmulo, protegido por grades. Alguns choravam e outros apenas olhavam, tentando ler todas as mensagens que foram deixadas no local. A cada minuto, novos visitantes apareciam, mas ficavam por pouco tempo. Entretanto, alguns demoravam mais, rezando enquanto observavam o movimento. "Horrível o que aconteceu. Era uma pessoa que me inspirava bastante, alguém humilde que não se incomodava em estar no meio do povo. Não temos muitas pessoas assim no mundo, quanto mais políticos", disse o comerciante José Onório, 45 anos.
No Palácio do Campo das Princesas, local do velório e missa campal, grande parte da estrutura ainda estava de pé na manhã desta segunda (18). O palácio informou que uma empresa terceirizada é responsável pela desmontagem do palco, que deve ocorrer ainda nesta segunda. A Praça da República, em frente à sede do governo, impressionava pela limpeza. Não parecia que no dia anterior cerca de 130 mil pessoas tinham passado por lá para se despedirem de Campos e outros dois pernambucanos, Carlos Percol e Alexandre Severo, que morreram no acidente aéreo de 13 de agosto, em Santos, litoral de São Paulo.
G1